"Balanço de presos políticos: registámos e qualificámos o maior número de presos políticos conhecido na Venezuela, pelo menos no século XXI. Continuamos a receber e a registar detidos", indicou a ONG na sua conta na rede social X.
Segundo o vice-presidente da FP, Gonzalo Himiob, 17 das detenções foram feitas nas manifestações de quinta-feira no Distrito Capital e em vários outros estados.
Na última semana, segundo a organização, 112 pessoas foram libertadas, enquanto mais de nove mil outras continuavam "submetidas arbitrariamente" a restrições à sua liberdade.
Segundo a FP, dos 1.697 presos políticos, 1.495 são homens e 202 mulheres, e 1.535 são civis e 162 militares de diferentes ramos das Forças Armadas. A FP acrescentou que 1.694 prisioneiros são adultos e três são adolescentes.
Do total de presos políticos, 1.552 aguardam julgamento e 145 foram condenados.
A FP desconhece o paradeiro de 38 presos políticos.
"Desde 2014, registaram-se 18.185 detenções políticas na Venezuela. A FP deu assistência a mais de 14.000 detidos, [atualmente] libertados, e a outras vítimas de violações aos seus direitos humanos", acrescentou a ONG.
Na rede X, a FP indicou que o registo de presos políticos está atualizado até 09 de janeiro.
A listagem de presos por motivos políticos foi remetida à Organização de Estados Americanos (OEA) para verificação e certificação.
A Venezuela realizou eleições presidenciais em 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória ao atual Presidente e recandidato Nicolás Maduro, com pouco mais de 51% dos votos.
A oposição afirma que Edmundo González Urrutia (atualmente exilado em Espanha) obteve quase 70% dos votos.
Os opositores de Maduro e muitos países denunciaram uma fraude eleitoral e têm exigido que o CNE apresente as atas de votação para uma verificação independente.
Nicolás Maduro tomou posse hoje para um novo mandato de seis anos.
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