Joseph Aoun realizará consultas parlamentares na segunda-feira, recebendo os blocos parlamentares e os deputados independentes, para nomear o chefe do Governo, indicou a presidência em comunicado de imprensa.
O ex-comandante do Exército libanês foi eleito pelo parlamento na quinta-feira como o novo chefe de Estado, pondo fim a um impasse que perdurava há mais de dois anos e que agravou as crises económica e política do país.
O novo presidente prometeu, depois de ter feito o juramento, nomear rapidamente um primeiro-ministro para tirar o país da paralisia política.
No entanto, a nomeação de um chefe de governo pode, por vezes, demorar meses no Líbano devido a dissensões políticas.
A eleição desta personalidade forte, que goza da confiança da comunidade internacional, foi possível devido ao enfraquecimento do Irão e dos seus aliados na região, incluindo o grupo xiita Hezbollah, que é quase um estado paralelo no Líbano, segundo os analistas.
De acordo com a Constituição, deve ser nomeado o eleito pelo maior número de deputados.
Ao abrigo do sistema de partilha de poder entre comunidades religiosas no Líbano, o presidente da República é um cristão maronita, o primeiro-ministro é um muçulmano sunita e o presidente do parlamento é um muçulmano xiita.
O militar tem o apoio de potências ocidentais, como os Estados Unidos e França e ainda de países árabes como a Arábia Saudita, mas enfrenta um dos períodos mais difíceis da história do Líbano.
No sul terá a difícil tarefa de lidar com a invasão em curso por parte de Israel na sua guerra contra o Hezbollah.
Ao mesmo tempo, terá que liderar o exército libanês - cansado, mal pago e mal armado - para desarmar e retirar o Hezbollah da mesma região, condições para a retirada dos israelitas.
Na economia, Aoun enfrenta oito mil milhões de euros de danos derivados da guerra, segundo o Banco Mundial.
Antes do início do conflito, o Líbano já passava uma das piores crises de sempre, com a queda dramática da moeda nacional, e a prisão do antigo governador do Banco Central Libanês acusado de esvaziar e desviar milhões de dólares.
Em novembro o número de pessoas a viver em situação de pobreza ultrapassou os 70%.
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