Exército israelita admite ter matado dois moradores de 'kibutz' em 07/10

O Exército israelita divulgou hoje os resultados de uma investigação interna onde admite poder ter matado dois residentes de um 'kibutz' no ataque de 07 de outubro de 2023, realizado pelo movimento islamita palestiniano Hamas em território israelita.

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© Mustafa Hassona/Anadolu Agency via Getty Images

Lusa
10/01/2025 20:59 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Os investigadores, que entrevistaram soldados e civis, tentavam estabelecer a causa da morte de Tomer Eliaz-Arava e da sua mãe Dikla Arava, dois residentes do 'kibutz' Nahal Oz, uma das comunidades agrárias israelitas mais atingidas pelo ataque.

 

De acordo com o Exército, a investigação estabeleceu que Tomer Eliaz-Arava, de 17 anos, foi raptado primeiro por militantes do Hamas e forçado a ir de porta em porta para persuadir os residentes a sair.

Ao fim de uma hora e meia, o adolescente conseguiu escapar e esconder-se. Soldados de uma unidade que veio em auxílio do 'kibutz' viram "uma figura suspeita" e dispararam.

"A investigação concluiu que é muito provável que essa pessoa fosse Tomer Eliaz-Arava, morto por engano por tiros [do exército israelita] devido a um erro de identificação", contou o Exército, em comunicado.

Entretanto, os combatentes do Hamas raptaram Dikla Arava e levaram-na num veículo para Gaza. "Durante a viagem para Gaza, o veículo foi atingido por trás", resultando na sua morte, continua o comunicado.

"A investigação sugere uma possibilidade razoável de que Dikla Arava tenha sido morta a tiro [do exército israelita] enquanto estava num veículo identificado pelas forças como pertencente a terroristas em fuga", detalhou o Exército.

"Em ambos os casos, não é possível determinar com absoluta certeza o que causou as mortes", acrescentou.

Os militantes do Hamas também raptaram Ela e Dafna Elyakim, filhas do companheiro de Dikla, que foram libertadas durante uma trégua em novembro de 2023 na Faixa de Gaza.

No dia seguinte a 07 de outubro, o Exército abriu uma investigação, temendo que vários israelitas tivessem sido mortos por 'fogo amigo'.

No kibutz Beeri, outra comunidade fortemente atingida perto da Faixa de Gaza, testemunhas disseram aos meios de comunicação israelitas que um tanque disparou contra uma casa onde estavam detidas 14 pessoas pelo Hamas.

O ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 46 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

Leia Também: Hamas critica operações da Autoridade Palestiniana em Jenin

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