Procuradores pedem 15 anos de prisão para ex-senador Bob Menendez

A acusação pediu 15 anos de prisão para o ex-senador norte-americano Bob Menendez, por "grave abuso de poder", depois do democrata de Nova Jérsia se ter tornado a primeira autoridade eleita a ser condenada por servir como agente estrangeiro.

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© Adam Gray/Getty Images

Lusa
10/01/2025 23:05 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

EUA

A sentença deve ser conhecida em 29 de janeiro e os procuradores pediram, de acordo com os documentos judiciais apresentados na quinta-feira à noite no tribunal federal de Manhattan, uma longa pena de prisão para Menendez, de 71 anos, noticiou hoje a agência Associated Press (AP).

 

Menendez foi condenado em julho por 16 acusações de corrupção feitas depois de uma operação do FBI (polícia federal norte-americana) à sua casa, em 2022, ter revelado 150 mil dólares em barras de ouro e 480 mil dólares em dinheiro, grande parte dos quais os procuradores alegaram ser o resultado de subornos pagos por três empresários de Nova Jérsia que queriam que o senador usasse o seu poder para proteger os seus interesses e ganhar dinheiro.

Quando foi acusado, no outono de 2023, Menendez era presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros do Senado. Foi forçado a deixar o cargo nesse ano e desistiu do seu lugar no Senado em agosto passado.

Os advogados de defesa pediram na semana passada que o juiz Sidney H. Stein fosse brando, dizendo que a condenação de Menendez "o tornou uma piada nacional e o despojou de todos os benefícios pessoais, profissionais e financeiros concebíveis".

Dois empresários, Wael Hana e Fred Daibes, também foram condenados juntamente com Menendez, enquanto um terceiro se declarou culpado e testemunhou no julgamento de julho.

Os procuradores pediram que Hana receba pelo menos 10 anos de prisão e Daibes pelo menos nove anos. Os procuradores disseram que os crimes ocorreram entre 2018 e 2022.

A acusação lembrou um caso de "raridade histórica", porque Menendez abusou do seu poderoso cargo no Comité de Negócios Estrangeiros do Senado e porque agiu como um agente do Egito.

"Os crimes dos arguidos equivalem a uma tentativa extraordinária, aos mais altos níveis do poder legislativo, de corromper os principais poderes soberanos da nação sobre as relações externas e a aplicação da lei", frisaram os procuradores.

Com o apoio de Menendez, Hana recebeu o direito exclusivo de certificar que a carne exportada dos Estados Unidos para o Egito estava em conformidade com os requisitos alimentares islamitas.

O monopólio que a empresa de Hana recebeu obrigou à saída de várias outras empresas que certificavam carne de bovino e fígado exportados para o Egito e ocorreu ao longo de vários dias em maio de 2019, de acordo com os depoimentos no julgamento.

Os procuradores referiram também que Menendez promoveu, em diversas ocasiões, os pontos de vista do governo egípcio e auxiliou o governo egípcio de formas "diretamente adversas aos seus próprios colegas senadores dos EUA", ao modular as suas críticas públicas ao Egito.

E observaram que Menendez ajudou a escrever uma carta procurando justificar os alegados abusos dos direitos humanos no Egito.

Menendez informou também, segundo a acusação, o chefe dos serviços de informação egípcios sobre perguntas que outros senadores norte-americanos planeavam fazer ao Egito sobre relatos de que tinha assistido a um notório abuso dos direitos humanos, o assassinato e desmembramento de um jornalista que era um residente permanente legal dos EUA.

A mulher de Menendez, Nadine Menendez, deverá ser julgada em 05 de fevereiro por muitas das mesmas acusações do marido. Ela declarou-se inocente e o seu julgamento foi adiado depois de ter realizado uma cirurgia no ano passado, após ter sido diagnosticada com cancro de mama.

Leia Também: Trump afirma que condenação é "derrota da caça às bruxas democrata"

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