Numa nota publicada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do Equador nas redes sociais, o governo do presidente de direita Daniel Noboa denunciou que o cargo de presidente da Venezuela "foi arbitrariamente retirado ao povo venezuelano, que votou maioritariamente em Edmundo González".
Para o executivo equatoriano, que após as eleições de 28 de julho manifestou o seu apoio à oposição pela publicação das atas e declarou González Urrutia como presidente eleito, a continuidade de Maduro no poder "condena o seu povo a um futuro desastroso, sem liberdade e respeito" .
"O Equador está consciente da situação dolorosa e ao mesmo tempo perigosa em que se encontra o povo venezuelano livre e espera que recupere a democracia", concluiu.
Cerca de 470.000 venezuelanos residem atualmente no Equador e fazem parte dos cerca de sete milhões de pessoas que abandonaram a Venezuela nos últimos nove anos.
Também o governo do Paraguai manifestou hoje, em comunicado, o seu firme apoio ao homem que considera o presidente eleito da Venezuela, Edmundo González Urrutia.
O executivo paraguaio reitera a sua solidariedade para com o povo venezuelano, "que luta para obter a sua liberdade e voltar a viver em democracia".
Exigiu ainda "o respeito pelas garantias fundamentais para todos na Venezuela, incluindo os estrangeiros residentes no país sul-americano".
O Paraguai apelou ainda ao respeito pelos direitos humanos e à libertação imediata dos presos políticos na Venezuela, que, segundo as organizações internacionais, são centenas e enfrentam condições prisionais precárias.
A declaração do governo paraguaio, com o qual o governo de Maduro rompeu relações na segunda-feira, intensifica as tensões diplomáticas na região e evidencia a polarização que persiste em torno da crise venezuelana.
Maduro foi declarado vencedor das eleições presidenciais de 28 de julho pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, sem ter publicado os resultados desagregados até à data, conforme estabelecido no seu próprio calendário, e após as denúncias de fraude feitas por antichavistas.
A oposição maioritária na Venezuela, agrupada na Plataforma Democrática Unitária (PUD), insistiu que o seu líder, Edmundo González Urrutia, foi o vencedor das eleições e apresentou como prova "85% dos registos eleitorais" que foram publicados num 'site' para consulta, documentos que o regime chavista classifica como "falsos".
Leia Também: Lula e Macron apelam a Maduro para "retomar o diálogo com oposição"