Nicolás Maduro toma posse para 3.º mandato presidencial na Venezuela

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, tomou hoje posse para um terceiro mandato, apesar de a oposição reivindicar vitória nas eleições presidenciais de julho e após protestos no país sul-americano e no estrangeiro contra a repressão exercida pelo seu governo.

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Lusa
10/01/2025 15:19 ‧ há 3 horas por Lusa

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Venezuela

Maduro prestou juramento de posse perante a Assembleia Nacional (parlamento) controlada pelo partido no poder, um dia depois de a principal líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, ter anunciado ter sido brevemente detida pelas forças de segurança do Estado, acusação negada pelo governo.

 

Nicolás Maduro chegou pelas 10h20 locais (14h20 em Lisboa) ao Palácio Federal Legislativo, sede da Assembleia Nacional (AN), acompanhado da sua mulher, Cília Flores, da vice-presidente Delcy Rodríguez, e do ministro do Interior e Justiça, Diosdado Cabello.

Com a mão pousada sobre um exemplar da Constituição assinado pelo antecessor Hugo Chávez, figura paterna do atual regime, Nicolás Maduro jurou: "por Guaicaipuro dos povos indígenas, por Pedro Camejo, o Primeiro Negro e José Leonardo Chirinos, por Bolívar, por Sucre, por Urdaneta, por Manuela Sáenz, pela memória eterna do nosso amado líder e comandante Hugo Chávez e pelo histórico, nobre e valente povo da Venezuela, perante esta Constituição, que cumprirei todos os seus mandatos, todas as obrigações da Constituição e das leis da República".

Maduro garantiu ainda que o "novo mandato presidencial será um período de paz, prosperidade, igualdade e de nova democracia". "Juro pela história, pela minha vida, e fá-lo-ei".

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Mesmo antes da tomada de posse para mais seis anos como presidente (2025-2031), alguns países fizeram saber que não reconhecerão Maduro como chefe de Estado venezuelano, caso da Espanha e da Guatemala.

Nicolás Maduro foi proclamado vencedor das presidenciais de 28 de julho com 52% dos votos pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), considerado sob controlo do poder.

O CNE não divulgou as atas eleitorais das assembleias de voto, afirmando ter sido vítima de um ataque informático, um argumento considerado pouco credível por muitos observadores.

A oposição, que divulgou as atas eleitorais fornecidas pelos seus escrutinadores, garante que o seu candidato, Edmundo González Urrutia (sucessor de María Corina Machado, que foi desqualificada pelas autoridades), obteve mais de 67% dos votos.

González Urrutia havia anunciado que tomaria posse também hoje, regressando a Caracas, mas pernoitou na República Dominicana e desconhecem-se os seus planos, segundo a agência EFE.

Na assistência durante a tomada de posse estiveram presentes o Procurador-Geral da República, Tarek William Saab, a presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Caryslia Rodríguez, o presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Elvis Amoroso, bem como o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López.

Não foi anunciada a presença de chefes de Estado estrangeiro na cerimónia e mesmo o Presidente colombiano Gustavo Petro, próximo de Maduro, fez saber que não estaria presente, devido à detenção recente de elementos da oposição e de organizações não-governamentais.

No exterior, e em toda a capital, um forte contingente policial foi mobilizado para impedir incidentes, depois de na quinta-feira uma manifestação da oposição ter resultado em violência e detenções.

O regime convocou para hoje manifestações em diversos pontos do país em apoio a Maduro.

A disputa sobre os resultados gerou indignação internacional e protestos em todo o país. O governo respondeu em força, prendendo mais de 2.000 manifestantes e encorajando os venezuelanos a denunciarem qualquer pessoa que suspeitem de ser um adversário do partido no poder.

Mais de 20 pessoas foram mortas durante os protestos e muitos manifestantes relataram ter sido torturados enquanto detidos.

[Notícia atualizada às 16h36]

Leia Também: Metsola defende que Maduro deve responder perante a justiça

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