"Edmundo virá à Venezuela para prestar juramento como Presidente constitucional da Venezuela no momento certo, quando as condições forem adequadas", afirma Machado num vídeo divulgado na sua conta da X, antigo Twitter.
González, que esta semana visitou vários países do continente americano, havia anunciado que estaria hoje em Caracas para tomar posse como Presidente.
Nicolás Maduro, atual Presidente, tomou hoje posse para um terceiro mandato de seis anos, apesar de a oposição reivindicar vitória nas eleições presidenciais de julho e após protestos no país sul-americano e no estrangeiro contra a repressão exercida pelo seu governo.
No vídeo divulgado nas redes sociais, Machado sublinha que "na sua paranóia delirante, o regime [de Nicolás Maduro] não apenas fechou o espaço aéreo da Venezuela, como ativou todo o sistema de defesa aérea" durante o dia.
"Avaliámos, portanto, tudo isto e decidimos que não é oportuno que Edmundo entre hoje na Venezuela. Pedi-lhe que não o faça, porque a sua integridade é fundamental para a derrota final do regime e para a transição para a democracia, que está muito próxima", sublinha.
Maria Corina Machado sublinha ainda que "Maduro não poderá governar pela força uma Venezuela que decidiu ser livre".
A oposição, congregada na Plataforma Democrática Unida (PUD), insiste que González Urrutia foi o vencedor das eleições de julho passado, pelo que acusou Maduro de ter hoje consumado um "golpe de Estado".
A PUD afirma que recolheu "85% das atas eleitorais" como prova da vitória de González Urrutia, que foram publicadas num 'site' da Internet para consulta, por testemunhas e membros da mesa de voto na noite eleitoral, atestando o triunfo do candidato da oposição, documentos que o Governo classifica como "falsos".
Maduro prestou juramento de posse perante a Assembleia Nacional (parlamento) controlada pelo partido no poder, um dia depois de María Corina Machado, ter anunciado ter sido brevemente detida pelas forças de segurança do Estado, acusação negada pelo governo.
No vídeo hoje divulgado, Machado afirma que hoje, com a tomada de posse, "Maduro está a consolidar um golpe de Estado" e que "perante os venezuelanos e o mundo, decidiu cruzar a linha vermelha que oficializa a violação da Constituição"
"Estão a pisar a nossa Constituição. Maduro viola a Constituição ladeado pelos ditadores de Cuba e da Nicarágua. Isto diz tudo", afirma a opositora que destaca a coragem dos venezuelanos que marcharam na quinta-feira em todo o país.
O país, assegura, "está mais unido do que nunca na sua opção política e nos seus lares".
"Ontem [na manifestação de quinta-feira] mostrámos que não temos medo e sei que seremos cada vez mais nas ruas da Venezuela e do mundo. Hoje peço a todos os venezuelanos que exerçam com força o seu direito de protestar. Maduro consolidou o golpe de Estado e a violação da nossa Constituição. É hora de fazer o que for preciso para restaurá-la", afirma.
Leia Também: Líder da oposição da Venezuela anuncia que se encontra em "lugar seguro"