"As nossas tropas conseguiram resgatar outra menina no internato de Chibok, Aisha Grema, juntamente com outras mulheres e o seu filho de 4 anos nas zonas de Bama e Monguno, que pertencem ao estado de Borno (nordeste)", disse à Efe uma fonte do exército nigeriano sob anonimato.
O sequestro de Chibok, que comoveu o mundo, ocorreu em 12 de abril de 2014, quando terroristas do Boko Haram entraram nessa remota localidade do estado de Borno e saquearam uma escola secundária feminina, raptando 246 alunas.
Durante os últimos meses, as Forças Armadas nigerianas têm anunciado resgates de várias destas alunas, mas cerca de uma centena delas ainda estão desaparecidas.
Segundo a fonte ouvida pela Efe, estes resgates devem-se a uma intensa campanha militar contra o Boko Haram que conseguiu "eliminar" alguns dos seus líderes e combatentes.
O analista de segurança Isaac Olawale, professor de estudos de paz e conflitos na Universidade de Ibadan (sudoeste da Nigéria), explicou à agência espanhola que a morte do líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, em 2021 deixou o grupo "sem liderança" e muitos combatentes e seus familiares estão em fuga.
"Eu não diria que as meninas estão a ser resgatadas pelos militares, como afirmam as Forças Armadas, mas sim que as meninas simplesmente tentam correr para um lugar seguro e estão a ser encontradas", disse o especialista.
Olawale acrescentou que o grupo extremista Estado Islâmico na Província de África Ocidental (ISWAP), uma fação do Boko Haram que luta de forma independente desde 2015 e é responsável pela morte de Shekau, está a substituir o seu grupo de origem, dominando o nordeste da Nigéria.
"Dado que os combatentes do ISWAP só estão interessados em objetivos militares, é possível que, quando encontram estas meninas de Chibok nos bosques ou em qualquer parte, simplesmente lhes peçam para se irem embora", afirmou Olawale.
Desde 2015 que o nordeste da Nigéria é atormentado pela violência do Boko Haram e do ISWAP, que tentar impor um estado islamita no país, que é predominantemente muçulmano no norte e cristão no sul.
Ambos os grupos mataram mais de 35.000 pessoas e causaram 2,7 milhões de deslocados internos, sobretudo na Nigéria, mas também em países vizinhos como os Camarões, Chade e Níger, segundo dados governamentais e da Organização das Nações Unidas (ONU).
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