"Em 15 de agosto de 2021, o país possuía 547 meios de comunicação. Um ano depois, 219 pararam de operar. Dos 11.857 jornalistas identificados antes dos talibãs chegarem ao poder, apenas 4.759 permanecem até hoje. As mulheres jornalistas foram as primeiras vítimas dessa onda de choque: 76,19% perderam o emprego", lê-se na análise da RSF.
No texto publicado no seu 'site', a ONG revela que as mulheres "desapareceram completamente" da esfera mediática em 11 das 34 províncias que fazem parte do país.
Antes de os talibãs assumirem o Governo, havia 2.756 jornalistas e colaboradoras da imprensa, mas, um ano depois, existem apenas 656, das quais 84,6% na região de Cabul.
"Toda a comunidade jornalística foi afetada pela mudança de regime", salienta a RSF, referindo que, "num ano, o Afeganistão perdeu 7.098 profissionais de media" e que 54,52% dos jornalistas homens perderam o emprego.
De acordo com a RSF, dos 9.101 homens que exerciam a profissão antes da queda de Cabul, 4.962 deixaram de exercer a atividade.
"Essa diminuição do número de jornalistas está correlacionada com a do número de meios de comunicação, num contexto de repressão acentuada e de crise económica aguda", sustenta.
Bastante abalado pela tomada do poder pelos talibãs, o Afeganistão perdeu 219 órgãos de comunicação social, dos 547 que possuía.
Cabul perdeu quase metade dos seus meios de comunicação, contando somente com 69 em funcionamento.
"Em algumas províncias, foi sobretudo a obrigatoriedade de substituir os programas musicais ou informativos por programas religiosos que levou alguns meios de comunicação a encerrar a suas emissões", conclui.
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