"O balanço provisório das inundações é de 341.056 pessoas afetadas (ou seja, 55.123 agregados familiares) em 11 das 23 províncias", incluindo a capital, N'Djamena, segundo um comunicado à imprensa divulgado pelo gabinete de coordenação dos assuntos humanitários das Nações Unidas (OCHA, no acrónimo em inglês).
Chuvas torrenciais afetam o Chade, país sem litoral na África Central, desde há várias semanas.
As pessoas "afetadas" tiveram de "abandonar as suas casas", disse um representante do OCHA no Chade à AFP, recordando que em 2021 as inundações então registadas afetaram 256 mil pessoas e em 2020 foram atingidas 388 mil.
No passado dia 19, o OCHA anunciou que, desde junho, havia registo de 22 mortas em consequência de chuvas torrenciais.
"Não conseguimos lidar com esta situação. Precisamos de mais ajuda, por isso estamos a apelar aos doadores", disse à AFP um representante do OCHA, precisando que são necessários 6,3 milhões de dólares (6,3 milhões de euros), e o governo chadiano tem apenas 1,1 milhões de dólares.
Em 2021, segundo as Nações Unidas, 5,5 milhões de chadianos, mais de um terço da população do país, precisavam de "ajuda humanitária de emergência".
Uma situação que se agravou devido à guerra na Ucrânia, onde a Rússia impôs um bloqueio aos cereais ucranianos.
O Chade, que vive vários conflitos armados no seu território desde a sua independência da França em 1960, é o terceiro país menos desenvolvido do mundo, segundo a ONU.
No início de junho, as autoridades chadianas declararam uma "emergência alimentar" devido à "constante deterioração da situação alimentar e nutricional".
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