Os emigrantes jamaicanos que trabalham em produções agrícolas no Canadá afirmaram que existe "exploração a grande escala" no país, apelando à residência permanente.
Estas alegações de abuso são, segundo os trabalhadores, consequentes de "escravatura sistemática" que experienciam nas explorações agrícolas canadianas parte de um programa de trabalho migrante há décadas.
Numa carta enviada ao ministro do trabalho e segurança social da Jamaica no início de agosto, os trabalhadores filiados no grupo de direitos Migrant Workers Alliance for Change (MWAC) disseram ter sido mal tratados em duas quintas situadas em Ontário, no Canadá.
"Somos tratados como burros e punidos por não trabalharmos suficientemente depressa. Estamos expostos a pesticidas perigosos sem proteção adequada e os nossos chefes são verbalmente abusivos. Intimidam-nos fisicamente, destroem-nos os bens pessoais e ameaçam mandar-nos para casa", pode ler-se no documento partilhado com a estação de televisão Al Jazeera.
Os jamaicanos viajam para o Canadá ao abrigo do 'Seasonal Agricultural Worker Program (SAWP) [programa sazonal para trabalhadores agrícolas]', que permite aos empregadores canadianos contratar trabalhadores migrantes temporários do México e de 11 países das Caraíbas para preencher lacunas no mercado de trabalho do país.
Este é apenas um dos programas dedicado ao trabalho temporário de migrantes em que quem faz parte pode ter um emprego com durabilidade de até oito meses no Canadá.
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