O número de mortos num ataque com mísseis lançado na quarta-feira pelas forças russas contra uma estação ferroviária na região de Dnipropetrovsk, no centro da Ucrânia, subiu para 25, segundo um novo balanço das autoridades ucranianas hoje divulgado.
O anterior balanço dava conta de 22 mortos.
As mesmas fontes precisaram que entre as 25 vítimas mortais constam dois menores e que outras 31 pessoas ficaram feridas no ataque, que foi denunciado, na quarta-feira, pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, quando intervinha, por videoconferência, numa reunião do Conselho de Segurança da ONU.
"Na sequência do bombardeamento de uma área residencial e da estação ferroviária, 25 pessoas morreram, duas delas menores. Um rapaz de 11 anos morreu debaixo dos escombros de uma casa, outro rapaz de 6 anos morreu num carro perto da estação ferroviária", disse o chefe-adjunto do gabinete presidencial, Kyrylo Tymoshenko, numa mensagem publicada na rede social Telegram.
O representante acrescentou que as operações de busca e salvamento na área atingida pelo ataque foram dadas como concluídas.
Durante a sua intervenção no Conselho de Segurança da ONU, numa reunião realizada no dia em que se celebrava o Dia da Independência da Ucrânia e se assinalavam simultaneamente seis meses desde o início da invasão lançada pela Rússia, Volodymyr Zelensky relatou que os projéteis tinham atingido diretamente os vagões que estavam na estação ferroviária e que quatro deles tinham ardido.
Um dia depois de Zelensky ter denunciado a ação russa, Moscovo veio informar que o ataque contra a estação ferroviária visou alvos militares e que matou "mais de 200 militares ucranianos".
Um míssil Iskander "atingiu diretamente um comboio militar na estação ferroviária de Chaplino, na região de Dnipropetrovsk, matando mais de 200 militares da reserva das Forças Armadas Ucranianas", bem como equipamento, indicou o Ministério da Defesa russo, num comunicado.
Segundo o ministério, o comboio estava "a caminho das zonas de combate" no leste da Ucrânia, onde decorrem confrontos entre as forças de Kiev e Moscovo.
Este ataque em Chaplino, localidade com cerca de 3.000 habitantes, já foi condenado por vários países e pela União Europeia (UE), que acusou Moscovo de ter perpetrado "mais um ataque hediondo" contra civis, tendo garantido que os responsáveis serão punidos.
"A UE condena veementemente mais um ataque hediondo da Rússia contra civis, em Chaplino, no Dia da Independência da Ucrânia", escreveu o Alto Representante da UE para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, na sua conta oficial na rede social Twitter.
Borrell acrescentou na publicação que "os responsáveis pelo terror dos 'rockets' russos serão responsabilizados".
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.
Na guerra, que hoje entrou no seu 183.º dia, a ONU apresentou como confirmados 5.587 civis mortos e 7.890 feridos, sublinhando que os números reais são muito superiores e só serão conhecidos no final do conflito.
[Notícia atualizada às 12h48]
Leia Também: Ucrânia. Sobe para 22 o número de mortos em ataque russo a estação