"Os dois reatores da central em funcionamento foram desligados da rede. Como resultado, as ações dos invasores [russos] causaram uma desconexão total da central nuclear de Zaporíjia (Zaporizhia) da rede elétrica, pela primeira vez na sua história", disse a entidade no Telegram.
De acordo com o operador ucraniano, os incêndios na área da central térmica de Zaporíjia, localizada perto da central nuclear com o mesmo nome no sul da Ucrânia, provocaram duas vezes a desconexão da última linha de comunicação que liga o local à rede elétrica.
O fornecimento de eletricidade à própria central nuclear, a maior da Europa, é feito a partir da central térmica, segundo a mesma fonte, que adiantou estarem "em curso operações para ligar um reator à rede", acrescentou.
"Três outras linhas de comunicação tinham sido anteriormente danificadas em ataques terroristas" da Rússia, acusou a Energoatom.
A ONU apelou à criação de uma zona desmilitarizada em torno da fábrica para garantir a segurança do local e permitir uma missão de inspeção, mas a Rússia tem rejeitado propostas nesse sentido, que considerou como inaceitáveis.
Além disso, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, avisou hoje que a eletricidade da central nuclear de Zaporíjia "obviamente" pertence à Ucrânia e que esse princípio deve ser totalmente respeitado.
A 10 de agosto, o operador ucraniano Energoatom tinha alegado que as forças russas estavam a preparar a ligação da central à Crimeia, uma península ucraniana anexada por Moscovo em 2014, e estavam a danificá-la ao realizar esta reorientação da produção de eletricidade.
Durante semanas, Moscovo e Kyiv acusaram-se mutuamente de vários bombardeamentos que visaram esta central nuclear, que tem seis reatores com uma capacidade total de 6.000 megawatts, e que está desde março sob controlo das tropas russas.
A Ucrânia também acusa a Rússia de armazenar armas pesadas na central nuclear de Zaporíjia e de a usar como base para ataques a posições ucranianas.
Os militares russos controlam a central nuclear de Zaporíjia desde os primeiros dias da sua intervenção militar na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro.
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