Presidente moçambicano elogia "inspiração" de "reconciliação" nacional

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, considerou hoje o ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos uma "inspiração" para a África Austral, com o seu papel na reconciliação nacional de Angola após a guerra civil.

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Lusa
27/08/2022 20:12 ‧ 27/08/2022 por Lusa

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Funeral

 

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"Seria totalmente incontornável a presença do povo moçambicano aqui", disse Filipe Nyusi, justificando a sua presença nas cerimónias fúnebres oficiais.

"Nós levamos nas nossas costas o povo e a mensagem do povo moçambicano em solidariedade" com Angola num "momento muito difícil" em que se recorda o ex-presidente José Eduardo dos Santos, um governante que "trabalhou pela paz e pela reconciliação", procurando "incluir todas as forças" que combateram na guerra civil.

José Eduardo dos Santos é "uma inspiração de toda a África Austral" e é um "orgulho também os momentos de democracia que ele desenvolveu" em Angola.

Sobre as eleições de quarta-feira, Filipe Nyusi comparou o escrutínio a um jogo já ganho pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).

"Terminou o jogo, se há um jogador mal utilizado numa equipa, pode haver protesto. Mas quando termina o jogo, as pessoas festejam a vitória", afirmou Nyusi.

Este jogo "tinha fiscais, observadores internacionais que se pronunciaram a favor", acrescentou o Presidente moçambicano.

Uma das reivindicações da oposição angolana é a criação de autarquias eleitas diretamente, algo que já sucede em Moçambique.

Filipe Nyusi disse esperar que o processo autárquico moçambicano "vá inspirar Angola", mas avisou que, "normalmente, não existe fórmula para a democracia" que seja comum a todos os países.

Nyusi falou aos jornalistas após um encontro com o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, e ainda hoje tinha agendado um encontro com o ex-presidente tanzaniano, um país vizinho de Cabo Delgado, uma província nortenha que tem sido palco de ataques militares de extremistas islâmicos.

"A Tanzânia está lá [no norte de Moçambique], na faixa de Nangade, no âmbito da força da SADC [Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, na sigla inglesa] que está lá", recordou Nyusi, que elogiou o trabalho dos parceiros internacionais no combate ao terrorismo islâmico.

"A tranquilidade que gradualmente se observa em Moçambique é também causada pelo esforço dos nossos irmãos do Lesoto, do Botsuana ou da África do Sul", entre outros, explicou.

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