Em comunicado hoje divulgado, a Comissão Europeia aponta que, na passada sexta-feira, "a UE recebeu do governo da Ucrânia uma solicitação [para envio] de comprimidos de iodeto de potássio como medida preventiva de segurança para aumentar o nível de proteção em torno da central nuclear de Zaporijia".
Respondendo a tal solicitação, "o Centro Europeu de Coordenação de Resposta mobilizou rapidamente 5,5 milhões de medicamentos de iodeto de potássio através do Mecanismo de Proteção Civil da UE para a Ucrânia, incluindo cinco milhões das reservas de emergência e 500.000 da Áustria", precisa o executivo comunitário.
O apoio tem um valor financeiro de mais de 500 mil euros e será entregue à Ucrânia a partir das instalações logísticas instaladas na Alemanha.
A ideia é que comprimidos de iodeto de potássio sejam "utilizados em cenários limitados para evitar que o iodo radioativo inalado ou engolido fosse absorvido pela tiroide", adianta a Comissão Europeia.
Citado pela nota, o comissário europeu da Gestão de Crises, Janez Lenarcic, vinca que "nenhuma central nuclear deverá alguma vez ser utilizada como teatro de guerra".
"É inaceitável que vidas civis sejam postas em perigo. Toda a ação militar em torno da central nuclear de Zaporijia deve cessar imediatamente", apela o responsável.
Na segunda-feira, a Ucrânia e a Rússia voltaram a acusar-se mutuamente de ataques contra Zaporijia, no dia da partida de uma missão de peritos internacionais para a central nuclear ucraniana ocupada por forças russas.
As forças russas assumiram o controlo da central nuclear de Zaporijia, no sudeste da Ucrânia, cerca de duas semanas depois de terem invadido o país vizinho, em 24 de fevereiro.
Uma série de ataques nas últimas semanas, denunciados pelas duas partes como sendo da responsabilidade da outra, levaram ao receio de um acidente nuclear grave na central.
A Ucrânia tem quatro centrais nucleares em funcionamento, com um total de 15 reatores, seis dos quais na de Zaporijia.
O acidente nuclear mais grave de sempre ocorreu em solo ucraniano, em 1986, na central de Chernobyl, quando a Ucrânia fazia parte da antiga União Soviética.
Leia Também: Rússia acusa (uma vez mais) Ucrânia de bombardear central de Zaporíjia