Ucrânia. Central Nuclear de Zaporíjia novamente desligada da rede
A central nuclear de Zaporijia, ocupada pelas forças russas, "perdeu novamente a ligação" com a rede elétrica, anunciou hoje, em comunicado, a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), cujos especialistas estão no local.
© Metin Aktas/Anadolu Agency via Getty Images
Mundo Guerra na Ucrânia
A última linha ainda em operação "foi danificada", explicou a AIEA, recordando que as outras três haviam sido "perdidas anteriormente durante o conflito".
Este incidente ocorreu "após novos bombardeamentos na zona", segundo informações das autoridades ucranianas ao órgão da ONU. No entanto, o 'site' continua a funcionar "graças a uma linha de ajuda", especifica a AIEA.
Já em 25 de agosto, a central foi totalmente desconectada da rede ucraniana pela primeira vez, antes de a ligação ser restabelecida.
A central nuclear de Zaporijia, no sul da Ucrânia, a maior da Europa, está desde março ocupada pelas tropas russas.
#Zaporizhzhya NPP again lost connection to its last remaining main external power line but plant continues to supply electricity to grid thru reserve line, IAEA was told at site today, less than 48h after @RafaelMGrossi established presence of IAEA at site https://t.co/poctRjHtpk pic.twitter.com/F6wgbtDqTr
— IAEA - International Atomic Energy Agency (@iaeaorg) September 3, 2022
Depois de semanas de bombardeamentos que fizeram temer uma catástrofe nuclear, chegou esta quinta-feira à central nuclear uma equipa da AIEA, para fazer uma inspeção.
Moscovo e Kiev acusam-se mutuamente de ataques à central, onde vão permanecer até "domingo ou segunda-feira" alguns elementos da missão da AIEA, entre os quais o próprio diretor, Rafael Grossi.
A Ucrânia acusou a Rússia de ter retirado as suas armas antes da chegada da equipa da AIEA e, na sexta-feira, anunciou que tinha atingido uma base russa em Energodar, no sul do país e não muito longe da central nuclear.
A 19 de agosto, durante uma reunião em Lviv com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, Erdogan mostrou-se preocupado com um possível desastre nuclear em caso de danos a essas instalações.
"Estamos preocupados, não queremos outra Chernobyl", disse Erdogan, referindo-se ao acidente nuclear de 1986 na Ucrânia.
A AFP sublinha que a situação em Zaporijia preocupa muitos líderes internacionais, tendo em conta que a zona tem sido alvo de vários bombardeios, aumentando o temor de um desastre nuclear.
Na quinta-feira, depois de uma inspeção às instalações, o diretor da AIEA disse que a "integridade física" da fábrica tinha sido "violada em várias ocasiões", sublinhando que é tal " não pode continuar a acontecer".
No entanto, Rafael Grossi não nomeou os responsáveis pela situação.
A Turquia mantém boas relações com Moscovo e Kiev: Ancara forneceu à Ucrânia drones militares, mas recusou-se a aderir às sanções ocidentais decretadas contra a Rússia após a invasão da Ucrânia.
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