No seu habitual relatório diário, o Ministério da Defesa do Reino Unido dá conta das denúncias de autoridades ucranianas, que acreditam que o Kremlin quer concretizar a missão de "libertar" a região do Donbass até ao dia 15 de setembro.
Segundo os serviços secretos britânicos, cumprir o "objetivo político" de conquistar o Donbass, a região mais a leste na Ucrânia, passa por "assegurar toda a área de Donetsk, que permitira ao Kremlin anunciar a libertação" da região.
No entanto, acrescenta o relatório, "as forças russas têm provavelmente e repetidamente falhado os prazos para atingir essa meta".
Latest Defence Intelligence update on the situation in Ukraine - 5 September 2022
— Ministry of Defence 🇬🇧 (@DefenceHQ) September 5, 2022
Find out more about the UK government's response: https://t.co/7fPp6gM5tS
🇺🇦 #StandWithUkraine 🇺🇦 pic.twitter.com/OrGEqsSJnD
Na semana passada, a Ucrânia anunciou o início da sua antecipada contraofensiva nas regiões de Kharkiv e Kherson, que tem contado com a ajuda do armamento e artilharia de longa distância enviados pelos Estados Unidos. Os russos continuam a argumentar que a contraofensiva tem falhado redondamente, enquanto continua a bombardear intensamente as áreas de Donetsk e Kharkiv.
Mas a ofensiva russa também abrandou consideravelmente, depois de meses de guerra e de um exército desgastado, tanto a nível de tropas como ao nível de armamento. O relatório dos britânicos conta que "o principal eixo de ataque" das forças russas no Donbass é em Adviika, perto de Donetsk, e em Bakhmut, a 60 quilómetros a norte da cidade.
"Apesar da Rússia ter tido mais sucesso neste setor, as suas forças só têm avançado perto de um quilómetro por semana em direção a Bakhmut", reitera o relatório, que concluiu que o grande atraso das forças russas torna "altamente improvável" o cumprimento da meta de 15 de setembro. "O que complicará ainda mais os planos da Rússia de criar referendos nas zonas ocupadas para que se juntem à Federação Russa", remata.
A guerra na Ucrânia já fez mais de 5.600 mortos civis, segundo os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. No entanto, a organização alerta que o real número de mortos deverá ser muito superior, dadas as dificuldades em contabilizar mortos em zonas ocupadas ou sitiadas pela invasão russa - em Mariupol, por exemplo, estima-se que tenham morrido milhares de civis no longo cerco à cidade.
Leia Também: Tropas russas lançam 16 ataques no Donbass e fazem vítimas