Salam indicou que um dos objetivos da conferência é "reavivar o interesse internacional dos países árabes no Líbano".
Nesse sentido, salientou que as autoridades do país --- que mantinham contactos com a Arábia Saudita antes de anunciar a conferência --- estão a ponderar levantar as sanções que restringem a entrada de cidadãos sauditas e a proibição de exportações de Riade.
O chefe do Governo afirmou que os países do Golfo manifestaram a disponibilidade para oferecer apoio ao Líbano, embora tenham insistido na necessidade de reformas, especialmente no sistema judicial, que permitiriam uma maior proteção aos potenciais investidores, de acordo com o jornal L'Orient-Le Jour.
Salam defendeu que as reformas financeiras e económicas são atualmente "uma prioridade" no Líbano, que espera ganhar apoios e reconquistar a confiança dos países da região após anos de tensão devido à influência do grupo xiita Hezbollah, apoiado pelo Irão, na política interna do país.
O Líbano está mergulhado numa crise profunda desde 2019, que atirou uma grande parte da população para a pobreza, e uma desvalorização sem precedentes da sua moeda.
A crise foi agravada pela explosão no Porto de Beirute no ano seguinte, pela pandemia de covid-19 e, no último ano, pelas hostilidades entre Israel e o Hezbollah.
As partes chegaram a um cessar-fogo em novembro, mas Israel conserva posições no sul do país que considera estratégicas para a sua defesa.
No seguimento do conflito, que provocou no ano passado mais de 3.800 mortos no Líbano e acima de 1,2 milhões de deslocados, segundo as autoridades de Beirute, foi eleito o antigo comandante das forças armadas Joseph Aoun para a presidência, que posteriormente indicou Salam para chefiar o Governo.
Estas escolhas, ao fim de anos de impasse político, só foram possíveis devido ao enfraquecimento do Irão e dos seus aliados na região, incluindo a Síria e o Hezbollah, que é quase um estado paralelo no Líbano, segundo os analistas, abrindo um novo ciclo no país.
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