Dois homens - Rafat Amirov e Polad Omarov - foram considerados culpados de conspirar para assassinar a ativista dos direitos humanos e jornalista iraniana-americana Masih Alinejad, que vive exilada em Nova Iorque, nos Estados Unidos, esta quinta-feira.
Os arguidos eram chefes da máfia russa, segundo o The Guardian.
O plano passava pela contratação de um atirador que iria levar a cabo o homicídio que, segundo os procuradores, foi financiado pelo governo iraniano.
O Irão teria oferecido cerca de 461 mil euros, em julho de 2022, por um esquema para matar Alinejad, após as suas tentativas para a assediarem, difamar e intimidar terem falhado.
A ativista de 48 anos tornou-se um alvo para o governo iraniano no âmbito das suas campanhas online onde encorajava as mulheres a gravarem vídeos a mostrar os seus cabelos, o que violava os decretos que exigem que elas o cubram em público.
"Estou aliviada que, ao fim de quase três anos, os homens que conspiraram para me matar foram considerados culpados. Mas não se deixem enganar, os verdadeiros autores deste crime ainda estão no poder, no Irão", apontou Alinejad, em declarações à agência Associated Press.
Khalid Mehdiyev, um ex-membro da máfia russa, que morava em Yonkers e trabalhava numa pizzaria, testemunhou que foi contratado como atirador para levar a cabo a morte de Alinejad. Como Amirov e Omarov, o atirador é do Azerbaijão, que compartilha uma fronteira e laços culturais com o Irão.
Mehdiyev tinha comprado uma arma de fogo, mas o seu carro foi parado pelas autoridades locais - que encontraram a arma no banco traseiro - em julho de 2022. Uma câmara da campainha na casa da ativista gravou o atirador em pé, perto da entrada da casa dela.
Em outubro do ano passado, um oficial da Guarda Revolucionária iraniana, juntamente com outros três homens com ligações ao governo do país, foram acusados de participar na tentativa de assassinato de Masih Alinejad, mas nenhum está, atualmente, sob custódia.
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