"Durante esta campanha de liderança, ela falou mais sobre a redução de impostos para grandes empresas do que sobre o que vai fazer sobre a crise do custo de vida que afeta todas as famílias", lamentou a vice líder do principal partido da oposição, Angela Rayner.
Segundo a número dois do 'Labour', Truss "tem agora de parar de adiar e ajudar a classe trabalhadora, apoiar o plano dos Trabalhistas para garantir que ninguém pagaria um cêntimo a mais na sua conta de energia este Inverno, e financiá-lo totalmente com um imposto extraordinário sobre as empresas petrolíferas e de gás".
A imprensa britânica noticiou nos últimos dias que Truss está a preparar um plano para travar a subida dos preços da energia, o qual pode incluir o congelamento das tarifas.
Também os Liberais Democratas exortaram Truss a impedir a subida do preço da energia doméstica, apelando também à realização de eleições legislativas.
"Sob Liz Truss, vamos ver mais da mesma crise e caos que sob Boris Johnson. Desde a emergência do custo de vida até à crise do [sistema nacional de saúde] NHS, os Conservadores mostraram que não se importam, e não têm nenhum plano", acusou o líder, Ed Davey.
A chefe do governo escocês, Nicola Sturgeon, que sempre foi crítica de Boris Johnson, reagiu com um tom conciliatório, dando os parabéns a Truss.
"As nossas divergências políticas são profundas, mas procurarei construir com ela uma boa relação de trabalho, tal como fiz com os últimos primeiros-ministros", acrescentando que deve "congelar as contas de energia para pessoas e empresas, fornecer mais apoio em dinheiro e aumentar o financiamento dos serviços públicos".
A Confederação da Indústria Britânica (CBI), ofereceu o apoio do patronato neste "momento extraordinariamente difícil para liderar o país", defendendo que "o governo deve desempenhar um papel central no apoio à nossa economia".
"Precisamos de um plano sério de crescimento. Tem de ser ousado, não convencional e enraizado nas oportunidades muito reais que ainda existem para que o Reino Unido prospere", afirmou o diretor-geral, Tony Danker.
A ministra dos Negócios Estrangeiros foi declarada hoje a vencedora com 81.236 votos (57%) enquanto o rival Rishi Sunak, antigo ministro das Finanças, obteve 60.399 (43%), uma diferença menor do que indicavam as sondagens.
Truss, de 47 anos, será a terceira mulher primeira ministra do Reino Unido, após Margaret Thatcher e Theresa May, e a quarta política a ocupar o cargo em seis anos.
Num discurso em Londres após o anúncio do resultado, prometeu "um plano ousado para reduzir os impostos e fazer crescer a nossa economia".
"Irei apresentar medidas para combater a crise energética e aliviar as contas de energia das pessoas, mas também resolver os problemas a longo prazo que temos sobre o fornecimento de energia", acrescentou.
Boris Johnson informará a rainha Isabel II na terça-feira da demissão do cargo e a monarca indigitará Liz Truss e pedir-lhe-á que forme governo enquanto líder do partido com maioria parlamentar.
As audiências terão lugar no Castelo de Balmoral, no norte da Escócia, onde a rainha se encontra, rompendo com a tradição de acontecer no Palácio de Buckingham, tendo um porta-voz da monarca de 96 anos invocado problemas de mobilidade para evitar a viagem até Londres.
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