Liz Truss indigitada primeira-ministra britânica pela rainha

Liz Truss foi, esta terça-feira, indigitada primeira-ministra do Reino Unido depois de se encontrar com a rainha Isabel II, que lhe pediu para formar um novo governo após aceitar a demissão de Boris Johnson. 

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Lusa
06/09/2022 13:09 ‧ 06/09/2022 por Lusa

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"A Rainha recebeu em audiência" Liz Truss "e pediu que formasse um novo governo", anunciou através da rede social Twitter, momentos depois de publicar uma foto da monarca de 96 anos apoiada numa bengala, apertando a mão àquela que se torna a 15.ª primeira-ministra em 70 anos de reinado.

A audiência teve lugar no Castelo de Balmoral, na Escócia, e não no Palácio de Buckingham, em Londres, como é tradicional, devido aos problemas de mobilidade de Isabel II.

Boris Johnson saiu minutos antes, cerca das 12:00, onde tinha chegado esta manhã esta manhã com a esposa, Carrie, para ser recebido pela rainha.

Num comunicado, a família real indicou que Johnson "apresentou a sua demissão como primeiro-ministro e Primeiro Lorde do Tesouro, que sua majestade teve o prazer gracioso de aceitar".

Liz Truss encontra-se agora a viajar de regresso a Londres para a residência oficial em Downing Street, onde fará um discurso pelas 16:00 e começar a anunciar a composição do governo. 

A transição resultou da eleição interna para a liderança do Partido Conservador iniciada em julho, da qual Truss foi declarada vencedora na segunda-feira com 57% dos votos. 

Num breve discurso de despedida à porta de Downing Street pelas 7:30 desta manhã, Boris Johnson reivindicou uma série de medidas tomadas durante o tempo em funções perante de uma multidão de apoiantes, assessores e jornalistas. 

Johnson comparou-se a um "foguetão que completou a missão" e voltou a entrar na atmosfera. 

"Darei a este governo o meu apoio incondicional", prometeu.

O mandato durou três anos e 44 dias, um dos mais curtos na história mas ainda assim um mês a mais do que a antecessora Theresa May, resultado de uma série de escândalos que desencadeou dezenas de demissões no governo no início de Julho.

Eleita por 57% dos 142.000 militantes do Partido Conservador que votaram, contra 43% do rival Rishi Sunak, Liz Truss, 47 anos, foi até agora ministra dos Negócios Estrangeiros.

Na segunda-feira prometeu governar "como Conservadora", pôr em prática "um plano ousado para reduzir impostos e fazer crescer a nossa economia" e derrotar os Trabalhistas nas eleições legislativas previstas para 2024.

Como terceira primeira-ministra depois de Margaret Thatcher (1979-1990) e Theresa May (2016-2019), o anúncio da composição do governo na terça-feira será um primeiro teste de Truss, que fez campanha com políticas à direita.

O ministro da Economia, Kwasi Kwarteng, 47 anos, é apontado pela imprensa como o próximo ministro das Finanças, a procuradora-geral, Suella Braverman, 42 anos, deverá assumir o Ministério do Interior, James Cleverly, de 53 anos, passará da Educação para osNegócios Estrangeiros, e a ministra do Trabalho, Theresa Coffey, é esperada no Ministério da Saúde. 

O ministro da Defesa, Ben Wallace, deverá permanecer em funções, mas Nadine Dorries recusou continuar com a pasta da Cultura e os ministros da Justiça, Dominic Raab, e dos Transportes, Grant Shapps, deverão ser preteridos devido ao apoio a Sunak. 

Depois da estreia de Truss no debate semanal com os deputados e frente ao líder da oposição, o Trabalhista Keir Starmer, no Parlamento, na quarta-feira, o novo governo pretende anunciar já na quinta-feira um pacote para tentar travar a crise económica. 

Segundo a imprensa britânica, este incluirá um congelamento dos preços da energia para famílias e empresas. 

Dentro de dias é esperado o anúncio de cortes fiscais para impulsionar a economia prometidos durante a campanha. 

Truss herda de Boris Johnson um partido Conservador polarizado e um grupo parlamentar que apoiou maioritariamente Rishi Sunak, antigo ministro das Finanças. 

Desde segunda-feira que os apelos à unidade multiplicaram-se, liderados por Boris Johnson, que, por enquanto, se mantém como deputado, ao contrário do que fizeram antecessores como David Cameron ou Tony Blair.

[Notícia atualizada às 15h12] 

Leia Também: Boris Johnson faz discurso de despedida. "É tempo de apoiarmos Liz Truss"

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