Etiópia. Conflitos étnicos fizeram mais 60 mortos

Pelo menos 60 pessoas foram mortas na semana passada na zona ocidental da Etiópia, durante um alegado ataque de represália da etnia amhara contra os rebeldes oromo, disse hoje a Comissão Etíope dos Direitos Humanos (EHRC).

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Lusa
06/09/2022 19:03 ‧ 06/09/2022 por Lusa

Mundo

Etiópia

Segundo o EHCR, citado pela agência de notícias Efe, um grupo do povo amhara reagiu depois de combatentes do Exército de Libertação do Oromo (OLA) - rebeldes em busca de autodeterminação para o povo oomo na Etiópia - terem matado pelo menos três pessoas na mesma área a 29 de agosto.

O incidente ocorreu a 30 e 31 de agosto na zona de Horo Guduru Wollega, que pertence ao distrito de Amuru, na região de Oromia, e para além dos mortos, 70 pessoas foram feridas e mais de 20.000 pessoas fugiram das suas casas por medo de mais violência, disse a EHRC.

De acordo com os meios de comunicação locais, algumas testemunhas culparam os militantes fano, uma milícia armada da vizinha região de Amhara, mas a EHRC não mencionou esse grupo na sua declaração.

"As questões por detrás destes ataques não foram resolvidas e existem preocupações de que ações semelhantes possam ser levadas a cabo nos distritos administrativos Jardega Jarte, Kiremu e Abe Dongoro", advertiu a organização, que apelou ao "destacamento imediato de forças de segurança governamentais" e à realização de mais investigações, segundo a Efe.

A Etiópia sofre de surtos recorrentes de violência relacionada com a etnia em Benishangul-Gumuz, Oromia e na vizinha Amhara (no oeste), desencadeados principalmente por disputas de terra e de poder.

O OLA separou-se da Frente de Libertação Oromo (OLF) depois de esse partido ter deposto as armas para regressar à vida política do país, a convite do primeiro-ministro, Abiy Ahmed, em 2018, quando este chegou ao poder.

Desde então, o grupo rebelde, listado em 2020 como um grupo terrorista pelo governo etíope, tem utilizado Oromia como base para as suas operações.

Em junho e julho, mais de 720 pessoas foram mortas em dois ataques atribuídos aos rebeldes do OLA na região de Oromia, segundo a Amnistia Internacional e testemunhas locais.

Leia Também: Grupo armado mata mais de 40 pessoas em região da Etiópia

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