Segundo o EHCR, citado pela agência de notícias Efe, um grupo do povo amhara reagiu depois de combatentes do Exército de Libertação do Oromo (OLA) - rebeldes em busca de autodeterminação para o povo oomo na Etiópia - terem matado pelo menos três pessoas na mesma área a 29 de agosto.
O incidente ocorreu a 30 e 31 de agosto na zona de Horo Guduru Wollega, que pertence ao distrito de Amuru, na região de Oromia, e para além dos mortos, 70 pessoas foram feridas e mais de 20.000 pessoas fugiram das suas casas por medo de mais violência, disse a EHRC.
De acordo com os meios de comunicação locais, algumas testemunhas culparam os militantes fano, uma milícia armada da vizinha região de Amhara, mas a EHRC não mencionou esse grupo na sua declaração.
"As questões por detrás destes ataques não foram resolvidas e existem preocupações de que ações semelhantes possam ser levadas a cabo nos distritos administrativos Jardega Jarte, Kiremu e Abe Dongoro", advertiu a organização, que apelou ao "destacamento imediato de forças de segurança governamentais" e à realização de mais investigações, segundo a Efe.
A Etiópia sofre de surtos recorrentes de violência relacionada com a etnia em Benishangul-Gumuz, Oromia e na vizinha Amhara (no oeste), desencadeados principalmente por disputas de terra e de poder.
O OLA separou-se da Frente de Libertação Oromo (OLF) depois de esse partido ter deposto as armas para regressar à vida política do país, a convite do primeiro-ministro, Abiy Ahmed, em 2018, quando este chegou ao poder.
Desde então, o grupo rebelde, listado em 2020 como um grupo terrorista pelo governo etíope, tem utilizado Oromia como base para as suas operações.
Em junho e julho, mais de 720 pessoas foram mortas em dois ataques atribuídos aos rebeldes do OLA na região de Oromia, segundo a Amnistia Internacional e testemunhas locais.
Leia Também: Grupo armado mata mais de 40 pessoas em região da Etiópia