Parlamento alemão faz minuto de silêncio por Gorbachev
As reformas do último líder soviético tiveram um papel crucial na queda do Muro de Berlim e na reunificação da Alemanha, em 1990.
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Mundo Gorbachev
O parlamento alemão prestou uma última homenagem a um dos homens mais responsáveis pela reunificação do país, fazendo, esta quarta-feira, um minuto de silêncio por Mikhail Gorbachev, que morreu no passado dia 30 de agosto.
Naquela que foi umas primeiras sessões legislativas desde a morte do antigo líder soviético, as bandeiras do Bundestag estiveram a meia haste, e a presidente da assembleia, Bärbel Bas, elogiou o papel reformista do russo.
"Ele tornou possível o que durante décadas parecia impossível - acabar com a Guerra Fria de forma pacífica e superar a divisão do nosso país e do nosso continente", disse Bas, salientando que os alemães "têm muito a agradecer a Mikhail Gorbachev".
A presidente do parlamento recordou ainda que Gorbachev "mudou a história da Alemanha e as vidas de milhões de pessoas", acrescentando que "a sua coragem e posição foram decisivas para a recuperação da nossa união".
German lawmakers observed a minute's silence in honor of the last Soviet leader Mikhail Gorbachev, who played a decisive role in the reunification of Germany in 1990.pic.twitter.com/cIc3RLbZyL
— DW News (@dwnews) September 7, 2022
Depois de décadas sob o regime comunista, Gorbachev começou a aplicar, em 1986, duas políticas que encaminharam o pais para a abertura ao Ocidente: a 'glasnost', uma política de transparência que abria caminho à liberdade de expressão; e a 'perestroika', que abria o sistema financeiro soviético ao resto do mundo, liberalizando o mercado.
Foram estas políticas que contribuíram para um elevar das tensões nos países do bloco comunista, com manifestações em países como a Hungria, Checoslováquia, entre outros, a resultarem na queda das presidências comunistas e no início do caminho democrático desses países.
A grande estocada foi na Alemanha quando, em 1989, após a queda do Muro de Berlim, o líder soviético abriu o caminho para a reunificação daquele país, aceitando a sua entrada na NATO e retirando as tropas soviéticas da Europa Central.
Pelo seu papel, Mikhail Gorbachev permaneceria uma figura popular na Alemanha até à data da sua morte, há cerca de duas semanas, enquanto que os russos viam-no como um traidor e o maior responsável pela queda da União Soviética.
Bärbel Bas vincou isso mesmo, referindo as divergências entre Gorbachev e Vladimir Putin, que recusou um funeral de estado ao seu antecessor. Para Bas, a Rússia de Putin "afastou-se há muito dos objetivos de Gorbachev" de uma Europa unida com Moscovo.
Gorbachev acabaria por sair do poder na União Soviética em 1991, não antes de vencer o Prémio Nobel da Paz, em 1990, pelo papel desempenhado na pacificação das relações entre Este e Oeste.
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