"Há indicações de que na base de testes nucleares perto de Punggye-ri, a Coreia do Norte reabriu o túnel Adit 3 e construiu vários novos edifícios", diz um relatório da AIEA.
O texto indica que os trabalhos de escavação começaram em março passado para "reabrir o túnel de teste após a sua demolição parcial, em 2018".
Nesse ano, a Coreia do Norte anunciou o desmantelamento da base de Punggye-ri, num gesto que procurava provar o seu compromisso com a desnuclearização da península coreana, que estava a ser negociada com o ex-Presidente norte-americano Donald Trump.
De acordo com a AIEA, acredita-se que as obras de reabertura do túnel tenham sido concluídas em maio e, desde então, foram acrescentados edifícios e realizados trabalhos de reconstrução da estrada que leva à base, afetada pelas chuvas torrenciais nos meses anteriores.
Este centro é onde a Coreia do Norte realizou seus seis testes nucleares em 2006, 2009, 2013, 2016 (duas vezes) e o mais recente, e de maior dimensão, em setembro de 2017.
A AIEA também está preocupada com a expansão do programa de enriquecimento de urânio e a continuidade da operação de um reator de cinco megawatts e com a atividade em outras instalações.
"A continuação do programa nuclear da Coreia do Norte é uma clara violação das resoluções relevantes do Conselho de Segurança da ONU e é profundamente lamentável", disse a AIEA, lembrando que os inspetores desta agência foram expulsos da Coreia do Norte em 2009.
Em junho, o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, já tinha avisado que a reabertura de Punggye-ri poderia indicar que a Coreia do Norte está preparar um novo teste nuclear.
No relatório hoje divulgado, Grossi pede que a Coreia do Norte cumpra as suas obrigações e coopere com a AIEA e mostra a disponibilidade da organização para enviar inspetores ao país para monitorizar as atividades nucleares.
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