Em declarações a agências noticiosas em Estrasburgo, entre as quais a Lusa, Metsola fez um balanço globalmente positivo do discurso proferido hoje de manhã pela presidente da Comissão Europeia, classificando-o de "otimista e corajoso", mas apontou algumas falhas, assumindo que gostaria de ter ouvido ambições mais fortes a nível ambiental e combate às alterações climáticas e mais referências a alguns temas, como migrações, Defesa e África.
"Alguns deputados também pediam mais referências a África [...] É particularmente problemático para mim constatar que não falamos suficientemente sobre estas questões. Só falamos sobre o continente africano quando temos cimeiras. A cimeira UE-África junta todos os líderes, há imensas promessas e depois olhamos para o lado", afirmou.
"Não falamos suficientemente sobre investimento, não falamos suficientemente sobre parcerias económicas, não falamos suficientemente sobre cooperar com países africanos", prosseguiu.
Segundo a dirigente maltesa, a Europa precisa de olhar mais para África "especialmente agora", tanto "do ponto de vista da energia, como das preocupações com a democracia e violações de direitos humanos nalguns países", mas também face ao "grandíssimo potencial" que os parceiros africanos têm e que gostariam que a UE ajudasse a tirar partido.
"Não estamos a fazer o suficiente", lamentou.
Num discurso de cerca de uma hora, Von der Leyen dedicou apenas alguns segundos a África, para dar conta da aposta em "tecnologia de classe mundial" em África, com o anúncio de duas fábricas para produção de vacinas, cuja abordagem "será replicada" na América Latina.
"Juntamente com os nossos parceiros africanos, estamos a construir duas fábricas no Ruanda e no Senegal para fabricar vacinas mRNA [RNA mensageiro]. Estas serão fabricadas em África, para África, com tecnologia de classe mundial", anunciou a presidente da Comissão Europeia.
Apesar das falhas apontadas, Metsola comentou que, "globalmente, o discurso foi bem acolhido" pela assembleia, "designadamente ao nível da força da solidariedade com a Ucrânia, do investimento na reconstrução das escolas", e ainda o "ênfase na juventude".
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