EUA adotam sanções contra líder checheno e milícia paramilitar russa

Os Estados Unidos anunciaram quinta-feira sanções contra mais 23 pessoas, incluindo o líder checheno Ramzan Kadirov, aliado próximo do Presidente russo Vladimir Putin, e uma milícia paramilitar russa, pela participação destes na invasão da Ucrânia.

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Lusa
16/09/2022 06:19 ‧ 16/09/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, garantiu, em comunicado, que o seu país irá "continuar a tomar medidas duras para responsabilizar a Rússia pelo seus crimes de guerra, atrocidades e agressões" na Ucrânia.

O governo liderado por Joe Biden acusa Ramzan Kadirov de ter "mobilizado os chechenos para lutar na Ucrânia", acrescentando que as suas tropas operavam na cidade ucraniana de Bucha, onde centenas de corpos apareceram após a retirada russa em abril.

O líder da Chechénia, uma das 22 repúblicas da Rússia, foi promovido a tenente-general pelo seu papel na invasão e acumulou "extrema riqueza" graças ao seu relacionamento com Putin, incluindo uma casa nos Emirados Árabes Unidos, um zoológico particular e veículos de luxo, salientou o Tesouro norte-americano.

Além de Kadirov, que já tinha sido sancionado pelos Estados Unidos em 2017 por violações de direitos humanos, o Tesouro impôs sanções a três esposas, três filhas e um primo do líder checheno.

Os Estados Unidos também sancionaram a milícia Rusich, associada ao grupo paramilitar russo Wagner, que, segundo o Tesouro, participa nos combates na Ucrânia ao lado do Exército russo.

Os mercenários de Rusich, liderados pelos também sancionados Alexey Milchakov e Yan Petrovskiy, são caracterizados por "brutalidade extrema" e lutam desde 2015 na área de Donbass, no leste da Ucrânia.

A lista de sanções divulgada hoje também inclui a oficial Maria Lvova-Belova, presidente da Comissão Russa dos Direitos da Criança, a quem os Estados Unidos acusam de ter liderado a "adoção forçada de crianças ucranianas por famílias russas".

Também foram impostas sanções aos empresários russos do setor financeiro Vladimir Komlev, Viktor Zhidkov, Eddie Astanin e Andrei Melnikov.

Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro, os Estados Unidos impuseram, em coordenação com seus aliados, sanções ao setor financeiro russo, a Putin e dezenas de autoridades, empresários e oligarcas daquele país.

Uma médica voluntária ucraniana capturada pelas forças russas durante o cerco da cidade portuária de Mariupol detalhou hoje aos congressistas dos EUA como os russos a torturaram, bem como a outras pessoas, e mataram muitos dos detidos.

Yuliia Paievska, que ficou conhecida no seu país pelos seus cuidados com os feridos durante a guerra, contou no seu relato público mais detalhado até agora, que uma criança de sete anos morreu no seu colo porque não tinha nenhum equipamento médico necessário para tratá-lo.

Paievska acrescentou que os militares russos obrigaram prisioneiros ucranianos a tirarem as suas roupas antes de serem agredidos e torturados.

Os prisioneiros permaneceram com dor, a gritarem, durante semanas antes de morrerem, contou aos congressistas da Comissão de Helsínquia, uma agência governamental criada em parte para promover o cumprimento dos direitos humanos internacionalmente.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,2 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 5.827 civis mortos e 8.421 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: EUA consideram "curioso" que Putin reconheça preocupações da China

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