"Nicolás Maduro está a cometer um grave erro se pensa que a nossa paciência é infinita e que as táticas de atraso vão ajudá-lo", disse o "número dois" do Departamento de Estado da América Latina e Caraíbas, Brian Nichols, na comissão de Negócios Estrangeiros do Senado.
Pressionado pelo presidente da comissão, senador democrata Bob Menéndez, o vice-secretário recusou-se a definir um prazo para o regresso das negociações, mas alertou que o Governo de Joe Biden vai usar as diferentes ferramentas de que dispõe "para sancionar e fazer cumprir a lei".
Nichols assegurou Estados Unidos estão a "promover ativamente" o regresso à mesa de negociações no México, que estão a coordenar com a oposição Plataforma Unitária da Venezuela e que reuniões informais, em Oslo e Caracas, com "avanços significativos".
Também sublinhou que durante a sua viagem, na última segunda-feira, à Cidade do México, na qual também participou o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, houve conversas "com aliados importantes" sobre esse processo.
Os Estados Unidos estão abertos a flexibilizar as sanções do Governo de Maduro se forem retomadas as negociações com a oposição no México, que foram suspensas em outubro de 2021, devido à extradição de Alex Saab para território norte-americano.
O responsável prometeu que, se não houver progresso, a Casa Branca vai continuar a trabalhar em coordenação com os seus parceiros "para garantir que o regime não tenha acesso aos bens que estão congelados" e vai promover "investigações" pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) a violações de direitos humanos na Venezuela.
"A minha opinião é [Maduro] cometeu crimes contra humanidade", disse o funcionário.
Nichols assegurou que o Executivo de Biden "continua a reconhecer e apoiar" a presidência interina do líder da oposição, Juan Guaidó, na Venezuela, que os Estados Unidos reconhecem desde janeiro de 2019.
O vice-secretário criticou ainda que Maduro esteja a procurar "alianças políticas e económicas" com a Rússia, China e Irão, que, segundo o mesmo, "vão trazer poucos benefícios ao povo venezuelano e vão ameaçar a segurança regional".
Leia Também: Maduro propõe estabilizar preço do barril de petróleo nos 100 dólares