EUA ameaçam Maduro com novas sanções se rejeitar negociar com oposição

Os Estados Unidos alertaram hoje o Governo de Nicolás Maduro que a paciência não é "infinita" e ameaçaram intensificar as sanções se o chefe de Estado venezuelano não retomar as negociações -- suspensas em 2021 -- com a oposição.

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Lusa
16/09/2022 06:24 ‧ 16/09/2022 por Lusa

Mundo

Diplomacia

"Nicolás Maduro está a cometer um grave erro se pensa que a nossa paciência é infinita e que as táticas de atraso vão ajudá-lo", disse o "número dois" do Departamento de Estado da América Latina e Caraíbas, Brian Nichols, na comissão de Negócios Estrangeiros do Senado.

Pressionado pelo presidente da comissão, senador democrata Bob Menéndez, o vice-secretário recusou-se a definir um prazo para o regresso das negociações, mas alertou que o Governo de Joe Biden vai usar as diferentes ferramentas de que dispõe "para sancionar e fazer cumprir a lei".

Nichols assegurou Estados Unidos estão a "promover ativamente" o regresso à mesa de negociações no México, que estão a coordenar com a oposição Plataforma Unitária da Venezuela e que reuniões informais, em Oslo e Caracas, com "avanços significativos".

Também sublinhou que durante a sua viagem, na última segunda-feira, à Cidade do México, na qual também participou o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, houve conversas "com aliados importantes" sobre esse processo.

Os Estados Unidos estão abertos a flexibilizar as sanções do Governo de Maduro se forem retomadas as negociações com a oposição no México, que foram suspensas em outubro de 2021, devido à extradição de Alex Saab para território norte-americano.

O responsável prometeu que, se não houver progresso, a Casa Branca vai continuar a trabalhar em coordenação com os seus parceiros "para garantir que o regime não tenha acesso aos bens que estão congelados" e vai promover "investigações" pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) a violações de direitos humanos na Venezuela.

"A minha opinião é [Maduro] cometeu crimes contra humanidade", disse o funcionário.

Nichols assegurou que o Executivo de Biden "continua a reconhecer e apoiar" a presidência interina do líder da oposição, Juan Guaidó, na Venezuela, que os Estados Unidos reconhecem desde janeiro de 2019.

O vice-secretário criticou ainda que Maduro esteja a procurar "alianças políticas e económicas" com a Rússia, China e Irão, que, segundo o mesmo, "vão trazer poucos benefícios ao povo venezuelano e vão ameaçar a segurança regional".

Leia Também: Maduro propõe estabilizar preço do barril de petróleo nos 100 dólares

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