O Papa, depois de rezar o Angelus, na Praça de São Pedro, no Vaticano, expressou a sua proximidade espiritual com as vítimas em ambos os países e disse que a paz só pode ser alcançada quando "as armas são silenciadas e o diálogo começa".
Durante a sua recente viagem ao Cazaquistão, entre 13 e 15 de setembro, o Papa já tinha manifestado preocupação face às "novas fontes de tensão na região do Cáucaso".
No Vaticano, após a oração do Angelus, o Papa pediu também orações pela "Ucrânia martirizada" e apelou à paz neste país e em todos os cantos do mundo onde há guerra.
Quanto à Arménia e ao Azerbaijão, os dois países acusam-se mutuamente de ataques fronteiriços esporádicos e recorrentes.
Os confrontos, que irromperam no dia 13 de setembro, foram atribuídos pelas autoridades do Azerbaijão a uma "provocação em grande escala" da Arménia e já terão originado mais de 200 mortos.
Entretanto, já hoje, a presidente da Câmara dos Representantes do Estados Unidos, Nancy Pelosi, condenou hoje em Erevan, capital da Arménia, os "ataques mortíferos" do Azerbaijão contra o território arménio.
"Em nome do Congresso, condenamos firmemente os ataques mortíferos do Azerbaijão contra o território arménio", disse Pelosi na conferência de imprensa conjunta com o presidente do parlamento arménio, Alen Simonián.
A Arménia e o Azerbaijão declararam a independência em 1991 e o início do conflito, que se agudizou nos últimos meses, centrou-se em torno do enclave do Nagorno-Kharabak, região em território azeri, hoje habitada quase exclusivamente por arménios (cristãos ortodoxos), que declarou a independência do Azerbaijão muçulmano após uma guerra no início da década de 1990, a qual provocou cerca de 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados.
Na sequência dessa guerra, foi assinado um cessar-fogo em 1994 e aceite a mediação do Grupo de Minsk (Rússia, França e Estados Unidos), constituído no seio da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), mas as escaramuças armadas continuaram a ser frequentes e implicaram importantes confrontos em 2018.
Cerca de dois anos depois, no outono de 2020, a Arménia e o Azerbaijão enfrentaram-se durante seis semanas pelo controlo do Nagorno-Karabakh durante uma nova guerra que provocou 6.500 mortos e com uma pesada derrota arménia, que perdeu uma parte importante dos territórios que controlava há três décadas.
Após a assinatura de um acordo sob mediação russa, o Azerbaijão, apoiado militarmente pela Turquia, registou importantes ganhos territoriais e Moscovo enviou uma força de paz de 2.000 soldados para a região do Nagorno-Karabakh.
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