Myanmar. Militares matam crianças em escola num mosteiro budista

Os soldados terão feito desaparecer os cadáveres, e levado feridos até um hospital. "Uma criança [desmembrada] estava enrolada e foi colocada num cesto de bambu [usado como mochila para as tropas de Myanmar].

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Notícias ao Minuto
19/09/2022 16:26 ‧ 19/09/2022 por Notícias ao Minuto

Mundo

Myanmar

Pelo menos seis crianças morreram na sequência de um ataque a uma escola na aldeia de Let Yet Kone, na cidade de Sagaing, em Myanmar.

De acordo com a agência Reuters, o ataque foi levado a cabo por helicópteros do exército, na sexta-feira passada, e outras 17 pessoas terão ficado feridas.

Em comunicado, o exército explicou que no mosteiro budista onde a escola estava localizada estariam escondidos dois grupos rebeldes. 

Ainda segundo alguns sites de notícias locais, algumas crianças morreram quando os militares atiraram ainda dos helicópteros, e outras já quando estes entraram na aldeia. 

Segundo dois residentes, que falaram sob condição de anonimato devido a questões de segurança, os corpos foram transportados para um local a cerca de 11 km e enterrados. As crianças que estariam feridas terão sido levadas para um hospital pelos militares.

"Algumas das crianças levadas estavam mutiladas. Uma criança [desmembrada] estava enrolada e foi colocada num cesto de bambu [usado como mochila para as tropas de Myanmar]. Havia poças de sangue dentro da escola e pedaços do corpos no chão", contou um destes residentes ao portal de notícias Irrawaddy.

"Os pais de duas crianças vieram à procura dos filhos e só encontram as suas roupas. Os soldados não deixaram nenhuma parte do corpo das crianças, e os pais não podem fazer funerais", acrescentou.

O exército justificou a "inspeção surpresa" dizendo que estes grupos - a que chama de "terroristas" - costumam estar escondidos em mosteiros.

De acordo com a organização Save the Children, o número de ataques em escolas aumentou de 10, em 2020, para 190, em 2021, ano em que o governo de Myanmar tomou posse.

Leia Também: "Tem sido uma luta difícil". Americano é libertado após mais de dois anos

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