Pelo menos seis crianças morreram na sequência de um ataque a uma escola na aldeia de Let Yet Kone, na cidade de Sagaing, em Myanmar.
De acordo com a agência Reuters, o ataque foi levado a cabo por helicópteros do exército, na sexta-feira passada, e outras 17 pessoas terão ficado feridas.
Em comunicado, o exército explicou que no mosteiro budista onde a escola estava localizada estariam escondidos dois grupos rebeldes.
Ainda segundo alguns sites de notícias locais, algumas crianças morreram quando os militares atiraram ainda dos helicópteros, e outras já quando estes entraram na aldeia.
Segundo dois residentes, que falaram sob condição de anonimato devido a questões de segurança, os corpos foram transportados para um local a cerca de 11 km e enterrados. As crianças que estariam feridas terão sido levadas para um hospital pelos militares.
"Algumas das crianças levadas estavam mutiladas. Uma criança [desmembrada] estava enrolada e foi colocada num cesto de bambu [usado como mochila para as tropas de Myanmar]. Havia poças de sangue dentro da escola e pedaços do corpos no chão", contou um destes residentes ao portal de notícias Irrawaddy.
"Os pais de duas crianças vieram à procura dos filhos e só encontram as suas roupas. Os soldados não deixaram nenhuma parte do corpo das crianças, e os pais não podem fazer funerais", acrescentou.
O exército justificou a "inspeção surpresa" dizendo que estes grupos - a que chama de "terroristas" - costumam estar escondidos em mosteiros.
De acordo com a organização Save the Children, o número de ataques em escolas aumentou de 10, em 2020, para 190, em 2021, ano em que o governo de Myanmar tomou posse.
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