O ataque, que incluiu bombardeamentos aéreos a partir de helicópteros de Tatmadaw e tiros "indiscriminados" assim que as tropas aterraram, ocorreu na sexta-feira, de acordo com a agência da ONU, que afirmou em comunicado que os pormenores do incidente ainda estão a ser verificados.
Pelo menos 15 crianças da mesma escola bombardeada, localizada dentro de um mosteiro budista, estão desaparecidas, aparentemente raptadas, e a UNICEF exige a sua "libertação imediata e segura".
"As escolas são um espaço seguro. As crianças nunca devem ser atacadas", sustentou a UNICEF.
Os meios de comunicação social birmaneses independentes noticiaram o ataque do exército birmanês, responsável pelo golpe de Estado de 01 de fevereiro de 2021, que mergulhou o país numa espiral contínua de violência e destruição.
De acordo com Myanmar Now, numa notícia datada de segunda-feira, o exército lançou um ataque aéreo e terrestre na sexta-feira em vários locais da cidade de Depaying, em Sagaing, durante o horário escolar.
A maioria das vítimas é constituída por estudantes de numa escola em Let Yet Kone, onde os militares também terão raptado professores e estudantes.
Já a junta militar birmanesa afirmou que o bombardeamento foi realizado em resposta a um ataque de grupos insurgentes, com "extremistas" escondidos no mosteiro, uma reivindicação negada pelas Forças de Defesa Popular (PDF), um movimento que surgiu em oposição ao golpe de Estado, segundo o meio de comunicação social birmanês The Irrawaddy.
O Irrawaddy noticiou que as tropas da resistência estavam a guardar a escola quando dois helicópteros levaram a cabo o ataque, com cerca de 80 militares a cercarem depois o espaço.
Num comunicado do Governo de Unidade Nacional (NUG), composto em grande parte por membros do governo deposto da Prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, condena-se o "ataque desumano", classificando-o como um "crime de guerra brutal".
Segundo a Associação de Assistência aos Presos Políticos, uma ONG local que recolhe informações sobre os ataques da junta, pelo menos 57 crianças com menos de 13 anos foram mortas pelos militares desde o golpe, de um total de quase 2.300 civis que perderam a vida às mãos das forças de segurança birmanesas.
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