Candidato do Irmãos de Itália suspenso por elogiar Hitler no Facebook

Calogero Pisano descreveu Hitler como um "grande estadista", em 2014, e, em 2016, comparou a líder do partido Irmãos de Itália, Giorgia Meloni, a um "fascista moderno de há 70 anos".

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© Ivan Romano/Getty Images

Márcia Guímaro Rodrigues
20/09/2022 11:31 ‧ 20/09/2022 por Márcia Guímaro Rodrigues

Mundo

Eleições em Itália

O partido italiano de extrema-direita Fratelli d’Italia (FdI, Irmãos de Itália), que lidera as sondagens referentes às eleições legislativas de Itália de domingo, suspendeu um dos seus candidatos, esta terça-feira, após terem sido encontrados elogios ao ditador nazi, Adolf Hitler, em publicações nas redes sociais. 

Segundo recorda a agência de notícias Reuters, as origens do partido remontam a um grupo neofascista criado após a Segunda Guerra Mundial. No entanto, a sua líder, Giorgia Meloni, apontada como a próxima primeira-ministra de Itália, tem procurado distanciar-se da ideia de “extrema-direita” e afirmado que o partido é “conservador”.

Na segunda-feira, o jornal La Repubblica publicou um comentário feito no Facebook em 2014 por Calogero Pisano, candidato do partido à Câmara dos Deputados, onde afirmava que Hitler era um “grande estadista”.

Já em 2016, quando se candidatou à presidência da ilha de Sicília, Pisano comparou a líder do seu partido - Giorgia Meloni - a um “fascista moderno de há 70 anos” [Hitler], acrescentando que o DFI “nunca escondeu os seus verdadeiros ideais”.

O caso suscitou revolta no país, com Ruth Dureghello, chefe da comunidade judaica em Roma, a afirmar, na rede social Twitter, que “a ideia de que aqueles que louvam Hitler podem sentar-se no próximo parlamento é inaceitável”.

Em comunicado, enviado à imprensa italiana, o partido anunciou que “Calogero Pisano foi suspenso, com efeitos imediatos, do Irmãos de Itália”. “Está dispensado de qualquer cargo partidário, a começar pelo de coordenador provincial de Agrigento e membro da direção nacional. A partir deste momento, Pisano não representa mais o FdI em todos os níveis e também está proibido de usar o seu símbolo”, lê-se na nota, citada pelo La Repubblica.

Também Pisano reagiu à polémica e afirmou que “há anos” escreveu “coisas que estavam profundamente erradas”. “Já tinha apagado a minha conta pessoal do Facebook porque tinha vergonha das coisas que tinha publicado por engano. Não sei como é que o La Repubblica as encontrou, mas sou o primeiro a condenar inequivocamente essas expressões. Peço desculpas a quem se sentiu ofendido por essas publicações que depois de muitos anos considero indignas”, declarou.

Itália vai a votos no próximo domingo, 25 de setembro, e segundo as mais recentes sondagens, Giorgia Meloni, do partido Fratelli d' Italia, em coligação com a Liga, pode conseguir uma vitória sem precedentes para a direita. 

Leia Também: Itália. Clima/energia abalam campanha focada em "ambiguidades" da direita

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