Nova Iorque processa Trump e três filhos por fraude empresarial

A procuradora-geral acusa o antigo presidente de mentir sobre o seu valor de mercado para atrair empréstimos mais favoráveis. O processo dá conta de 220 ocasiões de fraude à larga escala.

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© Lucas Jackson/Reuters

Notícias ao Minuto
21/09/2022 17:35 ‧ 21/09/2022 por Notícias ao Minuto

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Donald Trump

A procuradora-geral do estado de Nova Iorque, Letitia James, anunciou, esta quarta-feira, um grande processo contra o antigo presidente norte-americano Donald Trump, além dos três filhos mais velhos (Donald Trump Jr., Ivanka Trump e Eric Trump), depois de uma investigação de um ano sobre as práticas empresariais da Organização Trump.

Segundo o processo, citado pela NBC News, a procuradoria-geral explica que o antigo presidente inflacionou a sua riqueza pessoal e o seu valor de mercado, de modo a conseguir obter empréstimos mais favoráveis por parte de bancos e outras empresas - uma acusação familiar ao universo de Trump, cujos impostos foram documentados durante a sua presidência e evidenciaram fugas ao fisco no centenas de milhões de euros.

No total, o processo de 220 páginas de Letitia James dá conta de 200 ocasiões de fraude empresarial ao longo de dez anos, pedindo uma indemnização de, aproximadamente, 250 milhões de dólares (cerca de o mesmo valor em euros).

Além disso, a procuradora-geral quer impedir que a família Trump tenha qualquer empresa no estado durante os próximos cinco anos - de recordar que Donald Trump é natural de Nova Iorque, do bairro de Queens, e é lá que se situa a sua sede mais famosa, a Torre Trump, na baixa de Manhattan. James quer também impedir que qualquer instituição registada em Nova Iorque possa fazer empréstimos à Organização Trump.

E não é só Trump em si. A Organização com o seu nome é acusada de inflacionar o valor das suas propriedades (Trump foi, durante anos, um dos maiores empresários do ramo do imobiliário), de modo a obter melhores empréstimos; ou, pelo contrário, de subvalorizar o valor para pagar menos impostos.

O processo de Letitia James afirma que foram "descobertas provas que fundamentam várias deturpações" dos registos fiscais e financeiros da empresa, entregues a bancos, a seguradores e mesmo ao Fisco.

Processo atrás de processo

A investigação de Letitia James passou por muitos percalços ao longo do último ano, devido às tentativas da família Trump de negar acesso a documentos pelas autoridades, ou mesmo de arquivar a pesquisa.

Em dezembro, Donald Trump processou a procuradora-geral do estado de Nova Iorque, argumentando que a investigação tinha motivos políticos. No entanto, a juíza não considerou a acusação, argumentando que, apesar da família Trump apontar para comentários que demonstravam a "animosidade pessoal" de James contra a família, a investigação e os inquéritos à Organização não "começaram com o propósito de retaliação".

Já este ano, em fevereiro, os advogados de Donald Trump tentaram, mais uma vez, bloquear uma busca em Nova Iorque, mas um juiz estatal ordenou que o antigo presidente e os dois filhos mais velhos, Ivanka e Don Jr., prestassem declarações e entregassem documentos a James.

Finalmente, em agosto, Trump prestou declarações à procuradora-geral mas evocou sempre a Quinta Emenda, no qual um arguido se escusa de responder a questões de procuradores e disponibiliza-se apenas para o fazer em tribunal. Trump terá evocado a emenda mais de 440 vezes ao longo de uma hora, evitando questões sobre as avaliações aos seus campos de golfe, às suas hipotecas e ao tamanho do seu apartamento.

Segundo a NBC News, citando fontes próximas da família, os restantes filhos optaram por responder às questões.

A Organização Trump recusa quaisquer acusações, afirmando que entregou todos os documentos requisitados pela justiça. Mas o Supremo Tribunal estatal foi, mais uma vez, de encontro à opinião da procuradora-geral.

Este processo em torno do império empresarial de Donald Trump prossegue enquanto o antigo presidente continua a ser investigado pelo seu papel no ataque ao Capitólio no dia 6 de janeiro e em tentativas de reverter o resultado das eleições, pela comissão parlamentar de inquérito, e, recentemente, a sua casa em Mar-a-Lago foi alvo de buscas porque Trump terá levado consigo documentos extremamente confidenciais da Casa Branca.

Leia Também: Defesa de Trump admite possibilidade de acusação no caso Mar-a-Lago

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