Resultados parciais de referendos dão 'sim' a adesão à Rússia, diz RIA

Agência estatal russa diz que primeiros resultados mostram que mais de 96% dos residentes nas áreas ocupadas da Ucrânia são a favor da adesão à Rússia.

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Carmen Guilherme com Lusa
27/09/2022 15:49 ‧ 27/09/2022 por Carmen Guilherme com Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

Os primeiros resultados parciais da votação nos referendos sobre a adesão à Federação russa dos territórios ucranianos ocupados de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson mostram que uma esmagadora maioria dos residentes é favorável à adesão à Rússia, avança a agência de notícias estatal russa RIA, esta terça-feira, dia em que terminam as votações.

Segundo escreve a Reuters, a RIA noticia que as contagens iniciais apontam para maiorias a favor da adesão, que variam ente 96,97% na região de Kherson, com base em 14% dos votos contados, a 98,19% em Zaporíjia, com 18% dos votos contados.

Também a Tass e a Interfax avançam que as autoridades de cada uma das quatro regiões ucranianas afirmaram que o 'sim' conquistou entre 97 e 98 por cento dos votos, estando contados entre 20% a 27% dos boletins.

Em Kyiv, o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kouleba, afirmou já que os resultados dos quatro "referendos" orquestrados por Moscovo "não mudarão" as ações da Ucrânia face ao exército russo.

"Isso [resultados dos referendos] não mudará nada na nossa política, na nossa diplomacia e nas nossas ações no campo militar", frisou Kouleba, numa conferência de imprensa em Kiev, ladeado pela homóloga francesa, Catherine Colonna.

Recorde-se que as votações começaram na sexta-feira, 23 de setembro. As quatro áreas que a Rússia quer anexar representam 15% do território ucraniano. 

O anúncio oficial de realização dessas consultas populares para anexação dos territórios ucranianos sob ocupação russa foi feito num discurso à nação proferido na quarta-feira pelo presidente russo, Vladimir Putin. Desde então, as críticas têm-se feito ouvir a nível mundial, com a comunidade internacional a defender que não reconhecerá os resultados destes referendos. 

A convocação destas consultas populares nos territórios ocupados pelas forças russas segue-se ao referendo de adesão à Rússia realizado em 2014 pelas autoridades russófonas na Crimeia e cujo resultado legitimou a anexação da península por Moscovo. 

No relatório diário publicado esta terça-feira através do Twitter, o Ministério da Defesa do Reino Unido informou que Putin vai discursar para as duas câmaras do parlamento na sexta-feira, dia 30 de setembro, prevendo-se que nesse dia anuncie a adesão formal dos territórios ocupados na Ucrânia à Federação Russa.

[Notícia atualizada às 15h52]

Leia Também: Putin. Referendos de anexação visam "salvar a população" russófona

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