"Na minha opinião, medidas mais drásticas devem ser tomadas, incluind a declaração de lei marcial nas áreas de fronteira e o uso de armas nucleares de baixa potência", disse Kadyrov, numa mensagem na rede social Telegram, onde condenou o "nepotismo" no seio do exército russo.
"Devemos realizar a 'operação militar especial' no sentido pleno do termo, em vez de nos limitarmos a brincar", ironizou este líder, próximo do Presidente russo, Vladimir Putin, que esteve presente na sexta-feira em Moscovo para a formalização da anexação de territórios ucranianos pela Rússia.
"Não devemos tomar decisões tendo em conta a 'comunidade ocidental-americana'", criticou o líder checheno, lembrando que o Ocidente pretende prejudicar a Rússia.
Kadyrov lamentou que o coronel-general russo encarregado das operações em Lyman, Alexandre Lapin, "não forneceu as informações necessárias" aos soldados encarregados da defesa desta cidade no leste da Ucrânia, da qual os russos anunciaram hoje a sua retirada, alegadamente para "procurar melhores posições".
O líder checheno também criticou a cadeia de comando do exército russo, denunciando práticas de nepotismo.
"Não pode haver lugar para nepotismo no exército, especialmente nestes tempos difíceis", explicou Kadyrov.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,4 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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