França condenou ataques contra a sua embaixada no Burkina Faso

França condenou hoje "com a maior veemência" os ataques contra a sua embaixada no Burkina Faso, indicando que "a segurança dos [seus] compatriotas" é a sua "prioridade", após um novo golpe de Estado naquele país.

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Lusa
01/10/2022 21:43 ‧ 01/10/2022 por Lusa

Mundo

Burkina Faso

"Condenamos a violência contra a nossa embaixada, com a maior veemência", afirmou à Agência France Presse (AFP) a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) francês, Anne-Claire Legendre, acrescentando haver "equipas mobilizadas (...) para garantir a segurança" dos cidadãos franceses. "É a nossa prioridade", disse.

Um grupo de soldados liderados pelo capitão do Exército burquinense Ibrahim Traoré levou a cabo um golpe, na sexta-feira, que derrubou o líder da junta militar que governava o país, o tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba.

Em mensagem dirigida à nação na noite de sexta-feira, os perpetradores do golpe acusaram Damiba de se desviar do ideal do Movimento Patriótico de Salvaguarda e Restauração (MPSR), nome da junta que tomou o poder no golpe de 24 de janeiro, e de não acabar com a insegurança causada pelo terrorismo 'jihadista'.

Após um dia de confusão marcado por uma insurreição militar e tiros disparados em zonas estratégicas da capital, Ouagadougou, os autores do golpe anunciaram a suspensão da Constituição e da Carta de Transição.

Da mesma forma, os militares liderados por Traoré, o novo homem forte do país, decretaram a dissolução do Governo e da Assembleia Legislativa de Transição e instituíram um recolher obrigatório entre as 21h00 e as 5h00.

Os autores do golpe também ordenaram o encerramento das fronteiras nacionais e a suspensão de todas as atividades políticas e da sociedade civil.

Ao final da tarde de hoje, de acordo com a AFP, deflagraram incêndios frente à embaixada de França, em Ouagadougou, e ao Instituto francês, em Bobo-Dioulasso, cidade no oeste do país.

"[Estes ataques] são obra de manifestantes hostis, manipulados por uma campanha de desinformação contra nós", considerou a porta-voz do MNE francês. "Qualquer ataque à nossa representação diplomática é inaceitável. Apelamos às partes interessadas a que garanta a segurança em conformidade com as convenções internacionais", acrescentou.

Anne-Claire Legendre referiu ainda que foram dadas instruções aos cidadãos franceses para "estarem alerta e permanecerem em casa".

Leia Também: EUA "profundamente preocupados" com situação no Burkina Faso

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