Uma lista dos mortos, recolhida por médicos legistas na Florida e divulgada publicamente, confirmou inúmeras mortes por afogamento, vítimas encontradas submersas ou a flutuar nas águas deixadas pelo furacão.
Ian atingiu na quarta-feira a costa do Golfo da Florida como um poderoso furacão de categoria quatro (a segunda mais elevada) com ventos de 240 quilómetros por hora, inundando residências.
Na Florida, mais de 1.100 pessoas tiveram de ser salvas de áreas inundadas, disse o gabinete do governador Ron DeSantis na manhã de sábado.
Só o condado de Lee, o mais atingido pelo furacão, registou 35 mortes, de acordo com o chefe da polícia.
As buscas continuam para encontrar 16 passageiros de um barco com migrantes cubanos que naufragou devido ao mau tempo na quarta-feira, perto do arquipélago de Keys.
A Guarda Costeira disse que encontrou os corpos de dois migrantes na água, com outros nove resgatados no mar ou depois de nadarem até a costa.
Mais três pessoas morreram em Cuba quando a tempestade seguiu para norte no início da semana.
O olho do furacão atingiu na sexta-feira a costa da Carolina do Sul, com ventos de até 140 quilómetros por hora, causando quatro mortes no estado vizinho da Carolina do Norte.
Duas das mortes deveram-se a acidentes de automóvel durante a tempestade. Um homem afogou-se após a carrinha que conduzia ter caído num pântano e um outro homem morreu de envenenamento por monóxido de carbono vindo de um gerador elétrico na garagem.
O furacão deixou mais de 500 mil pessoas sem eletricidade durante horas na Carolina do Norte, Carolina do Sul e Virgínia, de acordo com o portal especializado Power Outage.
A Florida tem ainda quase 1,2 milhão de habitações e empresas sem energia.
"Estamos apenas a começar a ver a extensão da destruição", "provavelmente entre as piores" da história dos Estados Unidos, disse o Presidente norte-americano Joe Biden. "Vai levar meses, anos para reconstruir", lamentou.
As autoridades temem que o número de vítimas mortais aumente quando tiverem a oportunidade de vasculhar as áreas mais atingidas pelo furacão.
De acordo com um estudo preliminar de cientistas americanos divulgado na sexta-feira, as chuvas ligadas ao furacão Ian aumentaram pelo menos 10% devido às mudanças climáticas.
"As mudanças climáticas não causaram o furacão, mas tornaram-no mais húmido", disse um dos cientistas envolvidos no estudo, Michael Wehner, do Laboratório Nacional Lawrence-Berkeley, sob a tutela do Ministério do Meio Ambiente dos Estados Unidos.
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