EUA pediram à RDCongo para não explorar determinados blocos petrolíferos

O enviado especial dos EUA, John Kerry, disse hoje em Kinshasa, à margem de uma reunião climática, que Washington pediu à República Democrática do Congo para desistir de um leilão de blocos de petróleo localizados em áreas sensíveis.

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Lusa
04/10/2022 16:36 ‧ 04/10/2022 por Lusa

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EUA

O governo da República Democrática do Congo (RDCongo) lançou concursos para 30 blocos de petróleo e gás no final de julho, e foi alvo de críticas de organizações ambientalistas, as quais argumentam que a exploração de petróleo nas florestas e turfeiras da bacia do Congo corre o risco de libertar grandes quantidades de carbono.

Washington pediu a Kinshasa que remova alguns "para proteger a floresta", disse John Kerry durante uma conferência de imprensa.

O ex-secretário de Estado dos EUA durante a administração de Barack Obama acredita ser possível criar empregos e desenvolvimento económico sem colocar em risco áreas ambientalmente sensíveis, como as turfeiras.

"Queremos equilibrar", disse John Kerry, acrescentando que deverá encontrar-se com o Presidente da RDCongo, Felix Tshisekedi, no final do dia, com quem pretende debater a questão.

Cerca de 30 mil milhões de toneladas de carbono são armazenadas na bacia do Congo, o equivalente a três anos de emissões globais, de acordo com um estudo científico publicado em 2016.

O governo da RDCongo já garantiu que serão aplicadas normas ambientais rigorosas para a exploração petrolífera num país que, sublinha, necessita das receitas petrolíferas para lutar contra a pobreza da população.

Três quartos dos mais de 90 milhões de habitantes da RDCongo vivem abaixo da linha da pobreza, embora o subsolo do país esteja repleto de minerais como ouro, cobre e cobalto.

Na abertura, na segunda-feira, de uma reunião ministerial preparatória para a próxima conferência sobre o clima (pré-COP27), o primeiro-ministro da RDCongo, Jean-Michel Sama Lukonde, recordou que alguns países ricos "voltaram a utilizar fontes de energia poluente ", a fim de compensar o défice de energia causado pela guerra na Ucrânia.

O responsável da RDCongo considerou importante evitar "cair na arbitrariedade, com alguns Estados livres de continuar ou até de aumentar as suas emissões, e outros impedidos de explorar os seus recursos naturais".

John Kerry já tinha dito estar convencido de que é possível "encontrar um equilíbrio entre a necessidade de proteger a bacia do Congo e as exigências de desenvolvimento e criação de emprego".

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