"O secretário-geral insta ambas as partes a aproveitarem plenamente esta oportunidade para pôr fim a um conflito mortal que já dura décadas e cuja resolução é fundamental para expandir o alcance da paz no país. Ele observa positivamente o acordo das partes em construir as suas conversações sobre a base do progresso nas negociações anteriores, bem como a importância que atribuem à participação da sociedade civil na construção da paz", indicou o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, em comunicado.
O ex-primeiro-ministro português confirmou a prontidão das Nações Unidas para prestar assistência à construção de diálogos e implementação de acordos, através do seu representante especial na Colômbia.
António Guterres expressou ainda "o seu profundo apreço a Cuba, Noruega e Venezuela" por concordarem em ajudar as partes como países garantes e encorajou a comunidade internacional como um todo a dar o seu apoio ao processo.
"O secretário-geral espera que os colombianos possam demonstrar mais uma vez que mesmo os conflitos mais arraigados podem ser resolvidos através do diálogo", conclui o comunicado.
O Governo da Colômbia e o grupo de guerrilha ELN confirmaram hoje em Caracas o reatamento na primeira semana de novembro das conversações de paz, abandonadas desde 2019.
Delegados de ambas as partes convocaram uma conferência de imprensa na capital venezuelana, onde, acompanhados por representantes da Igreja Católica e de Cuba e da Noruega, ambos países garantes, confirmaram o reinício das negociações.
Horas depois, o Presidente colombiano, Gustavo Petro, partilhou nas suas redes sociais um comunicado conjunto em que tanto o Governo como o ELN confirmam o retorno ao caminho dos acordos e dos avanços obtidos nas conversações de 2016.
"Anuncia-se o restabelecimento do processo de diálogo na primeira semana do mês de novembro de 2022", indica a nota, na qual também se refere que a participação da sociedade civil nas conversações de paz é "essencial".
O Alto-Comissário para a Paz na Colômbia, Ivan Danilo Rueda, o primeiro comandante do ELN, António García, e o segundo comandante da guerrilha, Pablo Beltrán, assinam o comunicado, no qual também se agradece o papel dos países garantes, da Igreja Católica e da Missão de Verificação das Nações Unidas.
Assim, o Governo da Colômbia e a guerrilha do Exército de Libertação Nacional retomam o caminho do diálogo para alcançar a paz, suspenso desde 2018, com a chegada à Presidência da República de Iván Duque, e definitivamente abandonado após um atentado do ELN a uma escola de Polícia em Bogotá em 2019, que fez 23 mortos e quase cem feridos.
Agora, o novo chefe de Estado, Gustavo Petro, insistiu em repetidas ocasiões na necessidade de chegar a acordo sobre o fim dos confrontos e mostrou-se, inclusive, a favor de alcançar um pacto de "paz total" com todos os agentes armados da Colômbia.
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