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Norte-americano de 85 anos preso no Irão por espionagem deixou o país

O antigo funcionário da UNICEF de 85 anos e com dupla nacionalidade, norte-americana e iraniana, Baquer Namazi, detido no Irão por espionagem deixou hoje aquele país com destino a Omã, adianta a AP.

Norte-americano de 85 anos preso no Irão por espionagem deixou o país
Notícias ao Minuto

12:51 - 05/10/22 por Lusa

Mundo Irão

Segundo aquela agência de notícias, que cita o advogado do norte-americano, Baquer Namazi partirá depois para Abu Dhabi, onde será submetido a uma endarterectomia carotídea para remover um grave bloqueio na artéria carótida interna esquerda.

Baquer Namazi, que foi governador da província de Khuzestan, no Irão, foi detido em 2016, quando viajou para solo iraniano depois de o filho, Siamak Namazi, ter sido preso naquele país em 2015, tendo-se tornado agora o primeiro norte-americano a ser libertado por Teerão desde que Joe Biden tomou posse como Presidente dos Estado Unidos.

Pai e filho foram condenados a 10 anos de prisão por espionagem.

Em 2018, Baquer Namazi foi colocado em prisão domiciliária por razões médicas, mas foi impedido de sair do Irão, apesar dos apelos da família para que pudesse deixar o país para ser submetido a uma cirurgia cardíaca de emergência.

O homem chegou a ser operado no Irão, em outubro de 2020, para remover um bloqueio numa artéria do cérebro que, segundo a família, punha em Namazi em risco de vida.

Quanto às acusações de espionagem, refere a AP, o Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Detenção Arbitrária arquivou os processos contra os dois homens e referiu, em 2017, que a prisão de pai e filho fazia parte de "um padrão emergente envolvendo a privação arbitrária de liberdade" de cidadãos com dupla nacionalidade.

"Não existem provas de que o Sr. S. Namazi ou o Sr. B. Namazi tivessem antecedentes criminais, inclusive em relação a infrações de segurança nacional. (...) Não há nada que indique que alguma vez tenham agido contra os interesses nacionais da República Islâmica do Irão", concluiu aquela organização.

Leia Também: UE admite "medidas restritivas" pela repressão dos protestos no Irão

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