Um grupo de alunos do Colégio Mayor Elías Ahúja, anexo à Universidade Complutense, foi filmado, no passado domingo, a proferir insultos sexistas contra as jovens que vivem no Colégio de Santa Mónica, em Madrid.
O caso, revelado posteriormente nas redes sociais, está a chocar Espanha. No vídeo ouve-se um jovem a injuriar as raparigas, chamando-lhes vários palavrões e "ninfomaníacas". Posteriormente, um coro de vozes masculinas parece acompanhar o ofensor.
Rapidamente, as persianas das habitações começam a subir e veem-se várias pessoas a dirigirem-se às janelas, chocadas com o que está a acontecer.
Após vários dias de revolta nas redes sociais, a escola publicou um comunicado, no Instagram, não só a pedir desculpas às vítimas, como a explicar que o estabelecimento prevê a expulsão "em casos graves, como este" e que, por isso, pelo menos um aluno já foi castigado. O que não se sabe, segundo o El País, é se é uma decisão definitiva ou se o estudante foi apenas suspenso por algum tempo.
Outros jovens estão também a ser investigados por terem participado nos insultos e poderão vir ainda a serem castigados.
"Condenamos todos os termos utilizados. Vão contra os valores da nossa residência. São inaceitáveis e inexplicáveis", sublinhou o diretor do centro, Manuel García Artiga, na mesma nota, acrescentando que os envolvidos serão obrigados a escrever uma carta de desculpas pública, assim como participar em ações de voluntariado.
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Já o colégio vai organizar uma série de conferências com profissionais especializados para sensibilizar os jovens sobre este tipo de problemáticas.
Entretanto, a vice-reitora da Universidade Complutense, a maior universidade de Espanha, esteve, esta quinta-feira, no colégio, onde se reuniu com a direção. Após o encontro, foi aberta uma investigação interna.
El Colegio Mayor Elías Ahuja expulsa a varios residentes por el cántico machista: "¡Putas, os prometo que vais a follar todas en la capea!" https://t.co/DqglElClip pic.twitter.com/pPa0K1p8nY
— EL MUNDO (@elmundoes) October 6, 2022
Quem já reagiu ao caso foi Pedro Sánchez. O primeiro-ministro espanhol sublinhou, nas redes sociais, que não se pode tolerar "comportamentos que geram ódio contra as mulheres".
"É especialmente doloroso ver que os protagonistas são pessoas jovens. Nem um passo atrás. Políticas de igualdade são necessárias. Basta de machismo!", lê-se no Twitter do chefe do governo do país vizinho.
No podemos tolerar estos comportamientos que generan odio y atentan contra las mujeres. Es especialmente doloroso ver que los protagonistas son personas jóvenes.
— Pedro Sánchez (@sanchezcastejon) October 6, 2022
Ni un paso atrás. Las políticas de igualdad son necesarias.
¡Basta ya de machismo! https://t.co/XHqHIGlq2A
Ao que tudo indica, os insultos de domingo faziam parte de uma praxe. Apesar de proibidas em Espanha, como refere o El País, todos os meses de setembro elas voltam a acontecer.
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