"A militarização vai permitir o destacamento da polícia nacional nas zonas reconquistadas pelo exército de forma a garantir a segurança das populações e dos seus bens e impedir o regresso das forças do mal", refere a nota, referindo-se aos grupos rebeldes armados e aos extremistas islâmicos que combatem a junta militar no poder.
A militarização "alarga-se à proteção civil", ou seja, aos bombeiros "para cobrir a retaguarda das forças em combate", segundo o documento.
O projeto de lei ainda precisa ser validado pelo Conselho Nacional de Transição, que atua como parlamento desde que os militares tomaram o poder pela força em 2020.
A militarização da polícia, abandonada pelas autoridades em 1993, foi uma das principais recomendações da Assembleia Nacional para a Refundação organizada pela junta militar em dezembro para "construir uma saída para a crise" no Mali.
O Conselho de Ministros destaca que a polícia "vai beneficiar das mesmas vantagens que os militares". Mas esse novo estatuto também os privará do direito de greve, de se filiarem num sindicato e de se manifestarem, disse Bougouna Dembélé, presidente dos sindicatos autónomos da polícia, à agência France-Presse.
"Tratado sob o prisma da guerra, o trabalho da polícia faz parte de uma configuração caracterizada pela violência, medo e desconfiança. Esta medida é, portanto, para desviar a polícia e a proteção civil da sua missão", respondeu outro polícia dirigente sindical, que pediu para não ser identificado por razões de segurança.
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