Em 30 de setembro, a Amnistia Internacional denunciou que Sarina Ismaïlzadeh, uma jovem de 16 anos, "morreu após ser espancada na cabeça com cassetetes" da polícia, em 23 de setembro, durante uma manifestação na província de Alborz (noroeste).
O Irão tem sido palco de protestos desde a morte, em 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos, sob escolta policial, após a sua detenção em Teerão pela polícia moralista que a acusou de violar o código de indumentária da República Islâmica.
"Os 'media' hostis à República Islâmica do Irão informaram que Sarina Ismailzadeh, natural de Karaj (capital da província de Alborz), foi morta pelas forças de segurança durante os protestos", relataram hoje as autoridades iranianas, acrescentando que, no entanto, "os primeiros elementos da investigação" revelaram que a adolescente "cometeu suicídio".
O procurador de Alborz, Hossein Fazeli Harikandi, apresentou a versão de que a jovem saltou de um "edifício não muito longe da casa da sua avó, no distrito de Azimieh".
"De acordo com o relatório forense, a morte deveu-se ao choque causado pelo impacto da queda, além de vários ferimentos, fraturas e hemorragias", concluiu Harikandi.
Um meio de comunicação oficial divulgou hoje um pequeno vídeo da mãe de Sarina Ismaïlzadeh, no qual esta garante que a filha "não teve nada a ver" com as manifestações.
Na quarta-feira, a justiça iraniana já tinha negado qualquer ligação entre a morte de uma outra jovem de 16 anos, Nika Shakarami, com os protestos no Irão.
Segundo os seus familiares, Nika Shakarami morreu depois de participar numa manifestação, acusando as autoridades de terem assassinado a jovem.
De acordo com várias organizações internacionais, dezenas de pessoas, principalmente manifestantes, mas também membros das forças de segurança, foram mortas desde 16 de setembro durante protestos descritas como motins pelas autoridades.
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