Já são conhecidos os vencedores do Prémio Nobel da Economia

Ben S. Bernanke, Douglas W. Diamond e Philip H. Dybvig foram os distinguidos.

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Ema Gil Pires
10/10/2022 10:51 ‧ 10/10/2022 por Ema Gil Pires

Mundo

Prémio Nobel da Economia

A Real Academia de Ciências da Suécia atribuiu, este ano, o Prémio Nobel da Economia a Ben S. Bernanke, Douglas W. Diamond e Philip H. Dybvig, que foram distinguidos pela sua "investigação sobre bancos e crises financeiras”.

O anúncio foi feito, na manhã desta segunda-feira, pela Real Academia Sueca de Ciências, em conferência de imprensa. Ficam, assim, conhecidos todos os vencedores deste ano dos Prémios Nobel.

Segundo elaborou a entidade que atribui estas distinções na rede social Twitter, o "trabalho pelo qual Ben Bernanke, Douglas Diamond e Philip Dybvig estão a ser reconhecidos tem sido crucial para a investigação subsequente que melhorou a nossa compreensão dos bancos, da regulação bancária, das crises bancárias e da forma como as crises financeiras devem ser geridas".

Segundo a Real Academia de Ciências da Suécia, esta trata-se de uma investigação que "reduz o risco de crises financeiras se transformarem em depressões a longo prazo com graves consequências para a sociedade".

No âmbito desta investigação, o estudioso Ben Bernanke "analisou a Grande Depressão da década de 1930", tendo sido capaz de mostrar como as "'corridas aos bancos' ('corridas aos depósitos') foram um fator decisivo para que a crise se tornasse tão profunda e prolongada".

Por sua vez, "Douglas Diamond e Philip Dybvig desenvolveram modelos teóricos que explicam por que razão existem os bancos, como o seu papel na sociedade os torna vulneráveis aos rumores acerca do seu iminente colapso e como a própria sociedade pode diminuir esta vulnerabilidade".

Segundo a academia sueca, "Diamond e Dybvig apresentaram uma solução para a vulnerabilidade bancária, sob a forma de um seguro de depósitos do Governo". De acordo com a sua tese, quando os "depositantes sabem que o Estado garantiu o seu dinheiro, já não precisam de se apressar a ir ao banco assim que começam os rumores sobre uma 'corrida aos bancos'".

De recordar que este fenómeno acontece quando muitos clientes levantam o seu dinheiro de um banco, porque acreditam que o banco pode estar a entrar em insolvência.

O investigador Diamond foi ainda capaz de mostrar "como os bancos desempenham uma função socialmente importante". Isto porque, enquanto "intermediários entre aforradores e mutuários, os bancos são mais adequados para avaliar a solvabilidade dos mutuários e assegurar que os empréstimos são utilizados para bons investimentos".

Este é o único dos seis  prémios desta natureza que não foi estabelecido no testamento de Alfred Nobel de 1895, tendo sido criado pelo banco central sueco em memória do fundador. O primeiro laureado com este galardão remonta apenas a 1969.

De recordar que a edição deste ano de atribuição destes galardões iniciou-se, a 3 de outubro, com o anúncio do Prémio Nobel da Medicina, que este ano foi atribuído ao cientista sueco Svante Pääbo, especialista em genética evolutiva, "pelas suas descobertas acerca dos genomas dos hominídeos extintos e a evolução humana".

No dia seguinte, ficariam a conhecer-se os vencedores do Prémio Nobel da Física, pelas suas descobertas em mecânica quântica. São eles o francês Alain Aspect, o norte-americano John F. Clauser e o austríaco Anton Zeilinger, graças ao seu trabalho pioneiro sobre o "emaranhado quântico", um estado da matéria em que duas partículas estão perfeitamente correlacionadas, independentemente da distância entre elas, explicou a Real Academia de Ciências da Suécia.

A 5 de outubro, seriam, por sua vez, anunciados os vencedores do Prémio Nobel da Química de 2022, conquistado por Carolyn R. Bertozzi, da Universidade de Stanford, Morten Meldal, da Universidade de Copenhaga, e K. Barry Sharpless, do instituto Scripps Research, pelo "desenvolvimento da química do clique e da química bioorthogonal".

Já o Prémio Nobel da Literatura foi atribuído à escritora francesa Annie Ernaux "pela coragem e acuidade clínica com que põe a descoberto as raízes, alienações e constrangimentos coletivos da memória pessoal".

Finalmente, de recordar o Prémio Nobel da Paz, que a Real Academia de Ciências da Suécia concedeu ao ativista bielorrusso Ales Bialiatski e a duas organizações de direitos humanos - uma russa, a Memorial, e uma ucraniana, a Center for Civil Liberties. Isto pelo facto de promoverem "o direito de criticar o poder e proteger os direitos fundamentais dos cidadãos", demonstrando a "importância da sociedade civil para a paz e a democracia".

[Notícia atualizada às 11h29]

Leia Também: Guerra prova que humanidade não aprendeu com os erros, diz prémio Nobel

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