Ministro da Economia e Finanças moçambicano admite privatizações

O ministro da Economia e Finanças moçambicano admitiu à Lusa que as Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) e a operadora de telecomunicações Tmcel podem vir a ser privatizadas, se essa for a melhor solução para sanear as duas empresas estatais.

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Lusa
17/10/2022 08:31 ‧ 17/10/2022 por Lusa

Mundo

Max Tonela

"Estudamos formas de saneamento e de reestruturação, contemplando também a abertura à privatização, se essa se mostrar como a melhor solução", referiu Max Tonela em entrevista à Lusa na capital norte-americana, Washington, à margem dos encontros anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O ministro respondia a uma questão sobre a possibilidade de privatizar aquelas duas empresas.

"O pacote de reformas que implementamos contempla uma componente de melhoria da eficácia" das empresas públicas, "mas também olhamos para aquelas que têm estado a causar uma pressão sobre o Estado", enquadrou.

Já no dia 09, o ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, tinha dito ao canal privado de televisão Media Mais que está a ser ponderada a entrega de ambas as empresas a privados, remetendo uma decisão para a avaliação em curso sobre o melhor cenário.

Um informação reiterada dois dias depois à Lusa por fonte governamental ligada ao processo, face "à complicada situação financeira" em que se encontram a LAM e a Tmcel.

Uma análise do Centro de Integridade Pública (CIP), organização não-governamental moçambicana, divulgada no início do mês, aponta-as como tecnicamente insolventes, a sobreviver de injeções de capital e de garantias do Estado para responder perante os credores, e, como tal, representando um elevado risco para as contas públicas.

Reforçar a fiscalização e gestão das empresas do setor empresarial do Estado e melhorar o controlo da dívida pública são compromissos do Governo moçambicano com o Fundo Monetário Internacional (FMI) no âmbito do programa de assistência financeira de 470 milhões de dólares (sensivelmente o mesmo valor em euros) até 2025.

Leia Também: Cabo Delgado. Terrorismo causou "pressão extraordinária" nas contas

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