O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pediu esta segunda-feira à União Europeia para que sancione o Irão pelo alegado fornecimento de drones kamikaze à Rússia, que terão sido responsáveis pela morte de, pelo menos, quatro civis em Kyiv, esta manhã.
Numa declaração em vídeo publicada no Facebook, aqui citada pelo The Guardian, o governante ucraniano considerou ainda que o próximo pacote de sanções a aplicar à Rússia "tem de ser severo", tendo solicitado, novamente, a doação de mais sistemas de defesa aérea e munições para as tropas ucranianas.
Pela mesma via, Dmytro Kuleba endereçou ainda uma outra mensagem aos governantes da União Europeia, ressalvando que os ataques às instalações energéticas da Ucrânia representaram um golpe na segurança energética europeia - pelo facto de terem tido consequências negativas ao nível das exportações de energia ucraniana para o bloco europeu.
Segundo as informações conhecidas até ao momento, as forças russas têm utilizado, ao longo das últimas semanas, drones kamikaze para atacar centros urbanos e infraestruturas várias em diversas regiões ucranianas. Foi isto que aconteceu, precisamente, esta segunda-feira, em Kyiv, cidade que acordou literalmente 'debaixo de fogo', depois de ter sido alvo de um ataque por parte destes aparelhos, comandados por tropas russas.
Segundo as acusações feitas pela Ucrânia, os drones serão, alegadamente, de fabrico iraniano - embora o governo iraniano tenha voltado, uma vez mais, a negar a venda de drones à Rússia. Já o Kremlin, por sua vez, ainda não comentou o assunto.
Perante todo este cenário, a União Europeia disse estar já a investigar a alegada venda pelo Irão de 'drones' à Rússia para utilização pelas forças russas na guerra da Ucrânia, segundo indicou o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho. Caso essa possibilidade se veja confirmada, "haverá sanções acrescidas ao Irão", referiu ainda o governante português.
Segundo as mais recentes contabilizações da ONU (Organização das Nações Unidas), foram já confirmados 5.587 civis mortos e 7.890 feridos na sequência deste conflito na Ucrânia, que teve início a 24 de fevereiro. Porém, a mesma fonte remete um balanço mais certeiro para o final dos combates no terreno, altura em que será possível fazer um apuramento mais preciso das fatalidades.
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