Drones? "Qualquer negócio" com o Irão será alvo de "sanções"

Porta-voz do Departamento de Estado considerou que a "Rússia aprofundar uma aliança com o Irão é algo que o mundo inteiro [...] deve ver como uma ameaça profunda".

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Notícias ao Minuto
17/10/2022 19:18 ‧ 17/10/2022 por Notícias ao Minuto

Mundo

Guerra na Ucrânia

Os Estados Unidos advertiram, esta segunda-feira, que seriam tomadas medidas contra as nações e empresas que sejam identificadas por estarem a apoiar o programa de desenvolvimento de drones iraniano, na sequência do ataques levados a cabo, esta manhã, pelas tropas russas sobre Kyiv, com recurso a estes aparelhos.

"Qualquer entidade que faça negócios com o Irão que possam ter qualquer ligação aos veículos aéreos não tripulados, ao desenvolvimento de mísseis balísticos ou ao fluxo de armas do Irão para a Rússia deve ser muito cuidadosa e fazer a sua devida diligência", explicou o porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel, aqui citado pela AFP.

Em declarações aos jornalistas, a mesma fonte acrescentou ainda que a "Rússia aprofundar uma aliança com o Irão é algo que o mundo inteiro [...] deve ver como uma ameaça profunda".

Citando dados anteriormente divulgados pelos serviços secretos norte-americanos, Vedant Patel ressalvou ainda que, ao contrário do que seria de esperar, alguns dos veículos aéreos não tripulados alegadamente disponibilizados pelo Irão à Rússia têm funcionado deficientemente no terreno de batalha. 

Tudo isto, na perspetiva do porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, mostra a "enorme pressão" que tem vindo a ser sentida pela Rússia, na sequência das perdas que tem vindo a sofrer na Ucrânia. E destacou ainda que, por essa mesma razão, Moscovo está "a ser francamente forçada a recorrer a países pouco fiáveis, como o Irão, para obter abastecimento e equipamento".

Segundo as informações conhecidas até ao momento, as forças russas têm utilizado, ao longo das últimas semanas, drones kamikaze para atacar centros urbanos e infraestruturas várias em diversas regiões ucranianas. Foi isto que aconteceu, precisamente, esta segunda-feira, em Kyiv, cidade que acordou literalmente 'debaixo de fogo', depois de ter sido alvo de um ataque por parte destes aparelhos, comandados por tropas russas. 

Segundo as acusações feitas pela Ucrânia, os drones serão, alegadamente, de fabrico iraniano - embora o governo iraniano tenha voltado, uma vez mais, a negar a venda de drones à Rússia. Já o Kremlin, por sua vez, ainda não comentou o assunto.

Perante todo este cenário, a União Europeia disse estar já a investigar a alegada venda pelo Irão de 'drones' à Rússia para utilização pelas forças russas na guerra da Ucrânia, segundo indicou o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho. Caso essa possibilidade se veja confirmada, "haverá sanções acrescidas ao Irão", referiu ainda o governante português.

Segundo as mais recentes contabilizações da ONU (Organização das Nações Unidas), foram já confirmados 5.587 civis mortos e 7.890 feridos na sequência deste conflito na Ucrânia, que teve início a 24 de fevereiro. Porém, a mesma fonte remete um balanço mais certeiro para o final dos combates no terreno, altura em que será possível fazer um apuramento mais preciso das fatalidades.

Leia Também: Sérvia garante que não aplicará sanções à Rússia "enquanto aguentar"

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