Irão nega detenção de atleta de escalada que competiu sem véu
O governo de Teerão negou hoje que a atleta iraniana Elnaz Rekabi tenha sido detida e obrigada a regressar ao Irão, após ter participado no campeonato asiático de escalada sem véu, na Coreia do Sul.
© Reuters
Mundo Irão
Após usar um hijab, o véu tradicional muçulmano que cobre a cabeça e os ombros, nas primeiras eliminatórias do campeonato, Rekabi, de 33 anos, competiu de cabelo solto na final, que decorreu no domingo, na capital sul-coreana, Seul, tendo conquistado a medalha de bronze.
O gesto da atleta foi visto como uma demonstração de apoio às mulheres iranianas que protestam há um mês contra a obrigatoriedade do uso do hijab após a morte de Mahsa Amini.
Iranian female athletes have been required since 1979 to compete while wearing the mandatory hejab. As far as I know Elnaz Rekabi is the first to ignore this requirement. She got to the final round of the Asian Climbing Competitions, finishing in 4th place pic.twitter.com/hIVPgL8ytd
— Karim Sadjadpour (@ksadjadpour) October 16, 2022
A jovem curda de 23 anos morreu três dias após ter sido detida pela polícia da moralidade em Teerão por ter infringido o estrito código sobre o uso de vestuário feminino previsto nas leis da República islâmica, em particular o uso do véu.
Elnaz Rekabi deixou Seul num voo com destino a Teerão na manhã de hoje, disse a Embaixada do Irão na Coreia do Sul, na rede social Twitter.
O serviço da BBC em farsi disse que as autoridades iranianas tinham confiscado o telemóvel e o passaporte de Rekabi, citando fontes não identificadas.
Também citando fontes não identificadas, o portal noticioso IranWire, fundado pelo jornalista iraniano-canadiano Maziar Bahari, disse que à chegada a atleta iria ser transferida de imediato para a prisão de Evin, onde são encarcerados presos políticos.
A Embaixada do Irão em Seul negou hoje o que chamou de "notícias falsas e desinformações" sobre a partida de Rekabi, tendo publicado uma imagem da atleta usando um véu, numa competição anterior, em Moscovo.
Segundo o grupo iraniano Iran Human Rights, sediado em Oslo, 122 pessoas foram mortas durante a repressão das manifestações.
Na passada sexta-feira, a Amnistia Internacional lamentou a morte de pelo menos 23 crianças "mortas pelas forças de segurança iranianas".
Leia Também: UE sanciona responsáveis e entidades iranianas após morte de Mahsa Amini
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