Segundo o estudo, que analisa 228 países e territórios, Angola (10.ª posição) e Guiné-Bissau (16.ª) estão ameaçadas sobretudo pelo risco de escassez alimentar, rápido crescimento populacional e escassez de água.
O instituto, sediado na Austrália, sublinha que Angola será um dos países do mundo onde o risco de escassez de água sobe mais até 2040 e cuja população deverá crescer 132% até 2050 -- o segundo crescimento mais rápido a seguir ao Níger.
Também Moçambique é apontado pelo "Ecological Threat Report" (ETR) como um país em risco de escassez alimentar, tendo registado o quarto maior aumento mundial no nível de insegurança alimentar.
Os autores da terceira edição do Relatório concluem que existe uma "relação cíclica entre a degradação ecológica e conflitos", como guerra civil e terrorismo, dando Moçambique como um exemplo.
Inhambane, no sul de Moçambique, é ainda apontada como das oito regiões do mundo (todas situadas na África subsaariana) com maior risco de choques ecológicos "catastróficos".
Quanto ao Brasil, o instituto lembrou que foi o 12.º país com maior número de desastres naturais desde 1981, apontando para as metrópoles de São Paulo e Rio do Janeiro como os locais de maior risco.
O relatório aponta Portugal como um dos vários países europeus que deverão sentir o maior aumento no risco de escassez de água até 2040, juntamente com Grécia, Itália e Países Baixos.
O ETR sublinhou que existem atualmente mais de 1,4 mil milhões de pessoas em 83 países já em risco extremo de escassez de água.
O Burundi tem a pontuação geral mais alta no relatório, o que reflete a vulnerabilidade do país, seguido pela República Centro-Africana, Chade, Afeganistão, Haiti, Iraque e Síria.
O instituto estimou que o número de pessoas subnutridas no mundo aumentou 35% em 2021 para mais de 750 milhões e deverá continuar a aumentar devido ao impacto da degradação ecológica.
Pelo menos 41 países enfrentam atualmente "grave insegurança alimentar", algo que deverá agravar-se devido à "crescente degradação ecológica, inflação e guerra entre a Rússia e a Ucrânia", disse o ETR.
O presidente executivo e fundador do IEP, Steve Killelea, disse que, antes da cimeira COP27 no Egito, em novembro, os países devem procurar "soluções sistémicas" para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas, investindo na "construção de resiliência de longo prazo", com programas de desenvolvimento que se concentrem em "microempresas que captem água e melhorem a agricultura e a manufatura de valor agregado".
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