A decisão de Giorgia Meloni surge depois do seu parceiro de coligação, Silvio Berlusconi, ter justificado a invasão da Ucrânia pela Rússia.
"Sobre uma coisa tenho sido, sou e serei sempre clara: pretendo liderar um executivo com uma linha de política externa clara e inequívoca. A Itália faz parte, plenamente e de cabeça erguida, da Europa e da Aliança Atlântica", advertiu Meloni.
Acrescentou que "Quem não concordar com isto não pode fazer parte do governo", pois para formar uma maioria precisa dos seus parceiros, a Forza Italia de Silvio Berlusconi e a Liga de Matteo Salvini, um conhecido admirador de Putin.
O Presidente da República, Sergio Mattarella, inicia quinta-feira a ronda de consultas para formar um governo baseado nos resultados das eleições gerais de 25 de setembro, ganhas pela coligação de direita entre Meloni, Salvini e Berlusconi.
A política romana, como a mais votada, aspira a receber a tarefa de formar um governo e tornar-se na primeira mulher na história de Itália a chefiar o governo, embora nos últimos dias tenha registado grandes divergências com Berlusconi.
Numa conversa divulgada na terça-feira à imprensa, o líder da Forza Italia afirmou ter retomado a sua amizade com o Presidente russo, Vladimir Putin, acrescentando que este lhe oferecera 20 garrafas de vodka e uma "carta muito amável" pelo aniversário.
Numa segunda informação, já hoje, Berlusconi justifica a invasão da Ucrânia e culpa o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, considerando que "triplicou" os ataques no Donbass, pressionando Putin a intervir.
Meloni assegurou que a Itália, com um eventual governo presidido por ela, "nunca será o elo fraco do Ocidente", mas "aumentará a sua credibilidade e defenderá os seus interesses".
"Sobre este ponto vou pedir clareza a todos os ministros de um possível governo. A primeira regra de um governo político que tem um forte mandato dos italianos é respeitar o programa em que os cidadãos votaram", concluiu.
Leia Também: Partido de Berlusconi deverá ter 5 ministérios, incluindo Justiça e MNE
