Nos primeiros nove meses de 2022, foram efetuados 16.147 voos privados com origem e destino para os aeroportos Schiphol e Rotterdam, o que excede o número de voos privados feitos em 2019, antes da pandemia, quantificou um estudo da Greenpece.
A utilização cada vez mais frequente deste transporte de luxo é responsável pela emissão de gases com efeito de estufa equivalente a cerca de 40 mil viaturas por ano.
"Estamos chocados que, em período de crise climática, um certo grupo tenha começado a voar, não menos, mas mais, nestes 'jets' privados, que são os mais poluentes", declarou Dewi Zloch, especialista em clima e energia no ramo da Greenpeace nos Países Baixos.
"É preciso parar isto. Defendemos a interdição dos voos privados", acrescentou, citada em comunicado.
O estudo, feito pelo grupo de estudos ambientais neerlandês CE Delft, mostrou também que um voo privado em cada três com saída do aeroporto de Schiphol ou do de Haia-Roterdão era utilizado para trajetos inferiores a 500 quilómetros.
"Os destinos populares incluem Paris, mas também Antuérpia, cidades facilmente acessíveis por comboio", acrescentou a Greenpeace, também em comunicado.
"Os voos mais populares são para Maiorca, Ibiza e Cannes", detalhou-se no texto.
A Greenpeace realçou que os voos privados não estão incluídos nos objetivos climáticos fixados pelo governo neerlandês, nem incluídos no máximo de 440 mil voos por ano fixados para 2023 para o aeroporto de Amesterdão, Schiphol.
"Esta exceção para os voos privados mostra exatamente o que está errado com a indústria aeronáutica", comentou Zloch.
"Queremos que a indústria aeronáutica pare de poluir e tenha finalmente objetivos climáticos", acentuou.
A primeira etapa, detalhou Zloch, "consiste em suprimir os voos curtos e os aviões privados de luxo para os ricos".
Os passageiros que viajam em classe executiva ocupam também demasiado espaço no avião. O Estudo estimou que, se a classe executiva fosse substituída por assentos regulares, muitos mais passageiros poderiam voar nos aparelhos.
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